sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Marcelo foi despedir-se de Jimmy Carter

Jimmy Carter, que foi o 39º presidente dos Estados Unidos entre 1977 e 1981, faleceu no dia 29 de Dezembro de 2024 na sua casa em Plains, no estado da Geórgia. Tinha 100 anos de idade e um enorme prestígio nacional e internacional, porque lhe foram sempre reconhecidos os esforços para aliviar tensões em pontos críticos do mundo, designadamente nas Coreias e no Médio Oriente, bem como na procura da paz na Bósnia e no Sudão. Quando em 1980 perdeu a sua reeleição para o seu adversário Ronald Reagan, afirmou que não iria usar o seu passado político para enriquecer. Assim, em 1982 fundou o Carter Center, uma organização não-governamental e sem fins lucrativos, com o objectivo de aprofundar os direitos himanos e aliviar o sofrimento humano em mais de oitenta países. Em 2002 foi distinguido com o Prémio Nobel da Paz em reconhecimento pelas suas décadas de esforços para encontrar soluções pacíficas para os conflitos internacionais. 
O presidente Joe Biden decretou um funeral de estado, que se realizou ontem na Catedral Nacional de Washington e que teve a presença de todos os cinco ex-presidentes vivos dos Estados Unidos — Bill Clinton, George W. Bush, Barack Obama, Donald Trump e Joe Biden — mas também de algumas (poucas) personalidades internacionais: Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá; Yoshihide Suga, ex-primeiro-ministro do Japão; Marcelo Rebelo de Sousa, presidente de Portugal; Prince Edward, Duque de Edimburgo, representando o rei Carlos III; Gordon Brown, ex-primeiro-ministro do Reino Unido; António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas.
Significa que Marcelo Rebelo de Sousa foi o único presidente do mundo a despedir-se de Jimmy Carter. Marcelo não se ficou por funerais em Odemira, não resistiu e foi a Washington. Então não há por lá um embaixador de Portugal que nos possa representar?
A edição de hoje do jornal Toronto Star escreveu que “chefes de estado e ex-líderes se reúnem para prestar homenagem a Jimmy Carter”. Não é verdade, pois só lá esteve um presidente não americano. Foi Marcelo Rebelo de Sousa, que continua a gastar-nos o dinheiro com estes exageros de representação e que se vê na fotografia publicada no jornal, a olhar embevecido para Donald Trump.