Quando
no dia 22 de Janeiro aqui escrevemos que em relação a Donald Trump era preciso
esperar para ver, tínhamos em mente que as promessas feitas em todas as
campanhas eleitorais raramente são cumpridas. Essa é, quase sempre, a lógica dos vencedores que tudo prometem para ganhar votos. Afinal, com alguma
surpresa, verificamos que no caso do novo Presidente dos Estados Unidos nem foi
preciso esperar para ver, porque numa simples semana ele se encarregou de
cumprir as suas promessas mais reacionárias, mais agressivas e mais ousadas, pondo
em risco a estabilidade do seu país e a própria estabilidade do mundo.
As medidas tomadas contra os refugiados estão a agitar a América e milhões
de americanos têm vindo protestar para as ruas. Até Barack Obama, que era
suposto não se meter na vida do Donald, já veio criticar algumas das medidas presidenciais
que denunciam um homem arrogante e fanfarrão, envolto em dinheiro e ignorância,
sem princípios nem valores e sem qualquer respeito pelos Direitos Humanos. É caso para perguntar como foi possível ter sido escolhido um indivíduo destes para a Casa Branca.
Fora
dos Estados Unidos também cresce a preocupação quanto ao rumo que este
impreparado timoneiro está a dar ao governo de uma tão grande nau e, como dizia ontem o El
Periódico de Barcelona, o repúdio é mundial. O mundo não vai bem e até será necessário criar uma nova ordem mundial, mais justa e mais equilibrada, mas não é isso o que o Donald está a fazer, com as suas políticas social e economicamente restritivas que, devido às interdependências que a globalização criou, vão acabar por prejudicar os americanos.
A
América merecia melhor e, no actual estado de conflitualidade mundial, não
era preciso ninguém para atirar mais gasolina para uma fogueira que arde em várias regiões do planeta.