O sultanato de
Oman fica situado na extremidade oriental da Península Arábica e tem a sua
capital na cidade de Mascate. É um país moderno porque tem beneficiado do
petróleo, embora tenha pouca influência da cultura e do modo de vida ocidental. O país é
governado por uma monarquia absoluta, cujo sultão é Qaboos bin Said Al Said.
Hoje, o jornal local Oman Observer noticia, com grande
destaque e em primeira página, que Sua Majestade regressou a casa depois de
completar exames médicos de rotina na República Federal da Alemanha. Num país
democrático e com liberdade de imprensa, este acontecimento não era notícia e nunca teria o destaque que lhe deu o jornal.
A referência que
aqui é feita a este assunto só faz sentido pela relação que os portugueses
tiveram com a cidade de Mascate. Segundo rezam as crónicas, a cidade de Mascate
era dominada pelos persas quando em 1507 foi tomada por Afonso de Albuquerque.
A partir de então, a cidade tornou-se um entreposto comercial dominado pelos
interesses portugueses, devido à sua localização estratégica à entrada do golfo
Pérsico e entre a costa oriental da África e a costa ocidental da Índia.
Durante mais de um século e apesar da hostilidade dos persas e dos turcos, os
portugueses controlaram Mascate, sobretudo com o apoio da vizinha fortaleza de
Ormuz. Quando em 1622 os persas e os nossos amigos
ingleses tomaram Ormuz, cerca de dois mil portugueses foram deportados para
Mascate. Alguns anos depois, os omanitas conseguiram forçar a rendição dos
portugueses de Mascate e, esse dia 23 de Janeiro de 1650, é considerado como o
início da independência do país, que é o mais antigo estado independente da
região. A partir de então ocuparam Zanzibar e as Comores e também expulsaram os
portugueses de Mombaça e da costa oriental africana. Muitos anos passaram e hoje temos o insólito de ver este tipo de notícias num país de menos de quatro milhões de habitantes. Até parece que estamos em Pyongyang a tratar de do seu líder Kim Jong-Un.