Na questão da
pandemia do covid-19 convém ter
sempre presente que se sabe muito pouco sobre o assunto e, por isso, a maior
parte do que vai sendo dito por esse mundo fora são tiradas delirantes,
sobretudo sobre o aparecimento de vacinas e segundas vagas da pandemia, mas
também sobre a forma de conciliar pandemia e economia ou como recuperar, na
medida do possível, o quotidiano da sociedade e das pessoas. Há, contudo, uma
questão que, um pouco por todo o mundo, está agora a dominar as agendas
políticas: manter o confinamento, reduzi-lo gradualmente ou, simplesmente,
acabar com ele para salvar a economia.
As autoridades
sanitárias têm sido prudentes quanto a estas opções, mas há líderes que falam
demais sem se saber se é para ganhar popularidade, se é para tranquilizar as
populações, se é porque entendem que a pandemia não pode perturbar a economia
ou se é apenas por ignorância.
O caso do Brasil
é muito preocupante. O covid-19
apareceu em São Paulo no dia 24 de Março e, um mês depois, quando a Itália e a
Espanha já viviam uma situação catastrófica, o presidente Jair Bolsonaro veio
dizer que o covid-19 não passava de
uma “gripezinha” ou de um “resfriadinho”, descredibilizando as evidências
científicas, ao mesmo tempo que pedia às autoridades estaduais e municipais que
reabrissem as escolas e o comércio, e pusessem fim ao "confinamento em
massa". Depois demitiu o seu ministro da Saúde e tem insistido para que o
país regresse à normalidade, sem dar ouvidos às autoridades sanitárias. O país
chegou aos 38.654 infectados e aos 2.462 óbitos, mas alguns estudos indicam que
pode haver entre 12 a 15 vezes mais casos de infecção, sobretudo porque não são
feitos suficientes testes à população.
Ontem em Brasília, Bolsonaro desafiou o bom senso e patrocinou uma manifestação em que, segundo o jornal O Dia, “um punhado de irresponsáveis, em atentado à saúde pública e à democracia”, pediu a intervenção militar e o encerramento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal. Bolsonaro aplaudiu este pedido expresso para um regresso do Brasil a um regime não democrático. Aproximam-se tempos difíceis para o Brasil.
Ontem em Brasília, Bolsonaro desafiou o bom senso e patrocinou uma manifestação em que, segundo o jornal O Dia, “um punhado de irresponsáveis, em atentado à saúde pública e à democracia”, pediu a intervenção militar e o encerramento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal. Bolsonaro aplaudiu este pedido expresso para um regresso do Brasil a um regime não democrático. Aproximam-se tempos difíceis para o Brasil.