Luiz Inácio Lula
da Silva atravessou o Atlântico e veio à Europa, tendo passado por Bruxelas,
Paris e Madrid. Apesar de ter declarado que só anunciará em Fevereiro ou Março
se avança com a sua candidatura porque, como referiu, essa decisão vai
depender não só da sua vontade, mas também das escolhas das forças políticas
que o possam apoiar e de um programa comum. Porém, esta visita de Lula à Europa é realmente o início
da sua campanha eleitoral e o facto é que as sondagens continuam a ser
divulgadas e a anunciar que Lula está com 37% das intenções de voto, enquanto
Bolsonaro tem 24%, Sérgio Moro tem 11% e Ciro Gomes tem 8%.
Na sua passagem
por Madrid, Lula deu uma grande entrevista ao jornal El País e o homem que entre
2003 e 2010 foi o 35º presidente do Brasil e está com 76 anos de idade, quer
voltar a ocupar o Palácio do Planalto “para recuperar o prestígio do Brasil e
para que as pessoas possam comer três vezes por dia”.
De facto, há dez
anos o Brasil atravessava um período de grande prestígio internacional e de
crescimento económico, ao mesmo tempo que o programa Fome Zero tinha retirado
milhões de brasileiros da pobreza e da fome. Hoje, todas as sondagens e estudos
de opinião mostram que os governos de Lula são considerados como os melhores
que o Brasil alguma vez teve, com mais inclusão social, menos desigualdade,
aumento do emprego e do salário, democratização do acesso à universidade e a
conquista da cidadania por parte de milhões de excluídos. Lula escandaliza-se e
disse que “caminhamos para trás”, porque sendo o Brasil o terceiro maior
produtor de alimentos do mundo, tem milhões de brasileiros que voltaram a ter
fome, mas também porque o Brasil que já era a sexta economia do mundo, está agora
no décimo terceiro posto do ranking
mundial da economia.
O Brasil
escolherá, mas espera-se que vença a covid, a bolsonarite e o retrocesso.