segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Macau depois de 1999, ou 22 anos depois

No dia 20 de Dezembro de 1999 ocorreu a transferência da soberania de Macau da República Portuguesa para a República Popular da China e, por isso, completam-se hoje 22 anos sobre essa data em que ficou constituída a Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da China (RAEM). 
A data foi hoje assinalada na imprensa macaense de língua portuguesa, designadamente no jornal ponto final.
Os portugueses fixaram-se na pequena península de Macau, na costa do sul da China e junto da foz do rio das Pérolas, na primeira metade do século XVI, provavelmente em 1535, com a finalidade de possuir uma base para negociar na região de Cantão. Foram os primeiros ocidentais a chegar às costas chinesas e, depois dos primeiros mercadores, desembarcaram os aventureiros, os fidalgos e os missionários. O pequeno entreposto que a dinastia Ming autorizara a instalar-se naquela pequena península depressa se alargou, tendo sido criada a Diocese de Macau em 1576 e adquirido o estatuto de cidade em 1585, num tempo de grande prosperidade que as viagens do Japão proporcionavam. Macau tornou-se uma cidade-estado governada pelos seus moradores através de um senado e o rei D. João IV “em fé da lealdade que conheceu nos cidadãos dela”, determinou que a expressão “nenhuma mais leal” lhe servisse de lema.
Durante cerca de 450 anos os portugueses permaneceram em Macau, resistindo aos ataques holandeses, esquivando-se aos apetites ingleses e, sempre, convivendo com os chineses, independentemente das suas dinastias reinantes ou dos seus regimes.
No dia 13 de Abril de 1987 os governos de Portugal e da República Popular da China assinaram uma Declaração Conjunta em que acordaram “numa solução apropriada da questão de Macau legada pelo passado” e em que reconheceram que Macau “faz parte do território chinês e que o governo da República Popular da China voltará a assumir a soberania sobre Macau a partir de 20 de Dezembro de 1999”. Assim aconteceu há 22 anos e, segundo nos garante quem acompanha o quotidiano do território, os macaenses parecem estar satisfeitos.