No dia 20 de
Dezembro de 1999 ocorreu a transferência da soberania de Macau da República
Portuguesa para a República Popular da China e, por isso, completam-se hoje 22
anos sobre essa data em que ficou constituída a Região Administrativa Especial
de Macau da República Popular da China (RAEM).
A data foi hoje assinalada na
imprensa macaense de língua portuguesa, designadamente no jornal ponto final.
Os portugueses
fixaram-se na pequena península de Macau, na costa do sul da China e junto da foz
do rio das Pérolas, na primeira metade do século XVI, provavelmente em 1535,
com a finalidade de possuir uma base para negociar na região de Cantão. Foram
os primeiros ocidentais a chegar às costas chinesas e, depois dos primeiros
mercadores, desembarcaram os aventureiros, os fidalgos e os missionários. O
pequeno entreposto que a dinastia Ming autorizara a instalar-se naquela pequena
península depressa se alargou, tendo sido criada a Diocese de Macau em 1576 e
adquirido o estatuto de cidade em 1585, num tempo de grande prosperidade que as
viagens do Japão proporcionavam. Macau tornou-se uma cidade-estado governada
pelos seus moradores através de um senado e o rei D. João IV “em fé da lealdade
que conheceu nos cidadãos dela”, determinou que a expressão “nenhuma mais leal”
lhe servisse de lema.
Durante cerca de
450 anos os portugueses permaneceram em Macau, resistindo aos ataques
holandeses, esquivando-se aos apetites ingleses e, sempre, convivendo com os
chineses, independentemente das suas dinastias reinantes ou dos seus regimes.
No dia 13 de
Abril de 1987 os governos de Portugal e da República Popular da China assinaram
uma Declaração Conjunta em que acordaram “numa solução apropriada da questão de
Macau legada pelo passado” e em que reconheceram que Macau “faz parte do
território chinês e que o governo da República Popular da China voltará a
assumir a soberania sobre Macau a partir de 20 de Dezembro de 1999”. Assim
aconteceu há 22 anos e, segundo nos garante quem acompanha o quotidiano do território, os macaenses parecem
estar satisfeitos.
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