terça-feira, 9 de março de 2021

Macau e a sua moderna Biblioteca Central

As edições dos três jornais macaenses que se publicam em português destacam hoje na sua primeira página uma fotografia da maquete do edifício da futura Biblioteca Central de Macau.
A intenção de construir uma biblioteca moderna já era antiga e o primeiro concurso para o projecto de arquitectura foi lançado em 2008, mas acabou por ser suspenso. Depois houve avanços e recuos que se arrastaram por muito tempo, mas parece que finalmente o projecto vai arrancar. No passado mês de Setembro foi anunciado que a nova Biblioteca Central seria construída na Praça do Tap Seac, no centro da cidade e no local onde se localizou o antigo Hotel Estoril, estando já escolhidas as quatro equipas de projectistas que integravam a short list – uma holandesa, uma finlandesa, uma suiça e outra irlandesa.
Agora, o governo de Macau anunciou que o atelier holandês Mecanno foi escolhido para desenvolver o projecto que apresentou. No seu portfólio a Mecanno conta com diversos projectos de referência como a Biblioteca de Birmingham, a renovação da Biblioteca Central Pública de Nova Iorque e a Biblioteca Dr. Martin Luther King em Washington. A escolha da Mecanno baseou-se na sua experiência neste tipo de projectos e no moderno design que apresentou, mas também foram analisados outras variáveis como o custo global, a dificuldade de construção, a concepção energética, a disposição funcional e os custos de design, entre outros. Os conceitos nucleares do projecto assentam na imagem de um livro, de estantes e lombadas e de uma página que se abre no centro da cidade.
As autoridades esperam que, mais do que um edifício onde se guardam livros, o novo edifício se torne num ex-libris da modernidade de Macau e um centro cultural de referência. A obra terá um custo estimado de 500 milhões de patacas (cerca de 52 milhões de euros) e espera-se que fique concluída em 2025.

Luiz Inácio Lula da Silva está de volta?

Luiz Inácio Lula da Silva foi presidente do Brasil entre 2003 e 2011, tendo sido um dos mais populares presidentes da história brasileira, tanto interna como externamente. Os seus governos foram marcados pelas políticas sociais como o Bolsa Família e o Fome Zero, que foram reconhecidos pelas Nações Unidas e se tornaram referenciais na luta contra a pobreza para muitos países.
Em 2013, dez anos depois do início desses programas, a FAO anunciava que o Brasil tinha conseguido reduzir a pobreza extrema em 75% e que, em termos globais, a pobreza tinha sido reduzida em 65%. Era a consagração das políticas sociais dos governos de Lula, pelo que foi reconhecido à escala mundial e foi distinguido com dezenas de condecorações e com 36 doutoramentos honoris causa.
A partir de 2016 surgiram acusações, designadamente de lavagem de dinheiro e de ocultação de património e, dois anos depois, foi condenado com pena de prisão pelo controverso juiz Sérgio Moro mas, após 580 dias na prisão, veio a ser libertado em Novembro de 2019. Muitos consideraram que o processo e a sentença foram viciados com intenções políticas, até porque Lula foi impedido de se candidatar à Presidência da República quando as sondagens lhe davam o favoritismo.
Ontem, o Supremo Tribunal Federal anulou as condenações ditadas pela Vara Federal de Curitiba e pelo juiz Moro, pelo que o antigo Presidente recuperou todos os seus direitos políticos.
Luiz Inácio Lula da Silva tem 75 anos de idade e poderá estar de volta como hoje titula o jornal O Dia que se publica no Rio de Janeiro. Lula já estará a equacionar a hipótese de se recandidatar às eleições presidenciais de 2022, mas também já estará a estudar a forma de pedir contas pelos danos políticos e morais que sofreu, devido à manipulação dos processos judiciais em que foi envolvido. Independentemente de se recandidatar ou não, o regresso de Lula da Silva à vida política anima milhões de brasileiros e vai ter consequências.