As grandes
revistas internacionais têm andado envolvidas no noticiário sobre as eleições
americanas, mas na sua mais recente edição a revista The Economist destaca os
esforços em curso para conseguir uma vacina eficaz contra o covid-19 e diz que,
de repente, chegou a esperança. Isto acontece quando a pandemia está a atingir
as maiores proporções de sempre e quando o número de casos no mundo atinge 52
milhões de pessoas e o número de mortos se aproxima de um milhão e trezentos
mil.
Diz a revista que
decorreram nove longos anos desde o isolamento do vírus do sarampo em 1954 até
ao licenciamento de uma vacina e que o mundo esperou vinte anos entre os
primeiros testes de uma vacina contra a poliomielite e a primeira licença
americana em 1955. Por isso, The Economist considera uma
maravilha a forma como os cientistas mundiais estão a caminho de produzir uma
vacina eficaz contra o sars-cov-2, o
vírus que causa o covid -19. Em menos
de um ano! A notícia causou uma onda de optimismo e de esperança no mundo,
porque de facto se vê uma luz ao fundo do túnel. Porém, até ao
momento não foi aprovada a comercialização de nenhuma das 163 vacinas em
desenvolvimento para o combate ao covid-19
e, por vezes, até é referido que são 175 vacinas que estão em fase
experimental.
A vacina desenvolvida pela BioNTech que foi anunciada com uma
taxa de sucesso de 90% e que a Pfizer vai fabricar e distribuir, parece ter-se
antecipado nesta corrida e a União Europeia anunciou a encomenda de 300 milhões
de doses. Porém, três dias depois, a Rússia anunciou que a sua vacina a que
chamou Sputnik, tem uma taxa de sucesso de 92%, enquanto se espera a divulgação
dos resultados clínicos que estão em curso com algumas das outras vacinas.
Há,
portanto, uma luz ao fundo do túnel, mas mais do que uma guerra da Ciência para
descobrir a forma de vencer o covid-19,
parece que estamos perante uma guerra comercial entre as grandes multinacionais
ou as grandes potências económicas e científicas.