O funeral da
rainha Isabel II foi um acontecimento que interessou o mundo e que, durante
vários dias, encheu a programação das televisões e as primeiras páginas dos
jornais de todo o mundo, transformando-se num notável caso mediático, tão notável como foi o seu longo reinado. Milhões de pessoas acompanharam as cerimónias
fúnebres, tanto nas Ilhas Britânicas, como na Commonwealth e no mundo. As imagens
da urna de Isabel II, da Família Real, dos agentes do protocolo, dos
acompanhantes e do público encheram os noticiários, sobretudo devido ao impacto emocional do colorido das fardas militares e do compasso acertado do cortejo fúnebre. A
justa homenagem à rainha Isabel II, que conseguiu manter unida a Grã-Bretanha
apesar dos desvarios de alguns dos seus primeiros-ministros, foi tratada em
termos mediáticos ou noticiosos como se se tratasse de um espectáculo. Assim
foram as reportagens dos inúmeros jornalistas portugueses, a cujo registo alguém
chamou “jornalismo de entretenimento” que, muitas vezes, foram marcadas pelo
ridículo e pelo despropósito.
No que respeita
aos jornais, verifica-se que a generalidade publicou a fotografia da urna a
caminho de Westminster ou no interior da abadia, com diversos enquadramentos e,
muitas vezes, com a frase “the final farewell”. Porém, o jornal Kurier,
que se publica em Viena, escolheu uma fotografia diferente do último adeus à
rainha, em que se destacam o novo rei Carlos III e o seu filho William, seu
sucessor e príncipe de Gales.
Eles vão estar no
centro da vida britânica e esperam-nos tempos muito difíceis. O Reino Unido
passa por uma época de crise, que o ambiente de comoção nacional dos últimos
dias deve ter amortecido, mas as reivindicações da Escócia e da Irlanda do
Norte irão recomeçar. Qualquer dia…