terça-feira, 20 de setembro de 2022

O novo rei e o futuro do Reino Unido

O funeral da rainha Isabel II foi um acontecimento que interessou o mundo e que, durante vários dias, encheu a programação das televisões e as primeiras páginas dos jornais de todo o mundo, transformando-se num notável caso mediático, tão notável como foi o seu longo reinado. Milhões de pessoas acompanharam as cerimónias fúnebres, tanto nas Ilhas Britânicas, como na Commonwealth e no mundo. As imagens da urna de Isabel II, da Família Real, dos agentes do protocolo, dos acompanhantes e do público encheram os noticiários, sobretudo devido ao impacto emocional do colorido das fardas militares e do compasso acertado do cortejo fúnebre. A justa homenagem à rainha Isabel II, que conseguiu manter unida a Grã-Bretanha apesar dos desvarios de alguns dos seus primeiros-ministros, foi tratada em termos mediáticos ou noticiosos como se se tratasse de um espectáculo. Assim foram as reportagens dos inúmeros jornalistas portugueses, a cujo registo alguém chamou “jornalismo de entretenimento” que, muitas vezes, foram marcadas pelo ridículo e pelo despropósito.
No que respeita aos jornais, verifica-se que a generalidade publicou a fotografia da urna a caminho de Westminster ou no interior da abadia, com diversos enquadramentos e, muitas vezes, com a frase “the final farewell”. Porém, o jornal Kurier, que se publica em Viena, escolheu uma fotografia diferente do último adeus à rainha, em que se destacam o novo rei Carlos III e o seu filho William, seu sucessor e príncipe de Gales.
Eles vão estar no centro da vida britânica e esperam-nos tempos muito difíceis. O Reino Unido passa por uma época de crise, que o ambiente de comoção nacional dos últimos dias deve ter amortecido, mas as reivindicações da Escócia e da Irlanda do Norte irão recomeçar. Qualquer dia…