Atravessamos uma
enorme crise pandémica cujas consequências vemos expressas todos os dias em
comunicados que nos dão a dimensão de uma tragédia, mas para além desta
realidade há uma crise económica e social que se vai revelando e cujos contornos
são imprevisíveis.
Vivemos num templo absoluto de incerteza para o qual não estávamos
preparados e, quando estas situações acontecem, revelam-se as pessoas que se
mostram à altura das circunstâncias e aquelas que “abandonam o barco”, que
fogem às suas responsabilidades e se refugiam na crítica ao que corre menos
bem.
Na primeira linha
deste combate estão o SNS e os profissionais de saúde que, todos os dias, se
arriscam nos hospitais e nos centros de saúde, mas do outro lado está a
irresponsável crítica das ordens profissionais, o oportunismo dos que pretendem
tirar vantagem da situação que vivemos e, sobretudo, o lamentável comportamento
de muitos jornalistas, muitas vezes mentiroso, manipulador e ausente de ética
profissional. Numa altura em que deveriam cumprir o seu dever social de
transmitir confiança à população e apoiar os esforços das autoridades de saúde,
muitos jornalistas fogem ao esclarecimento dos telespectadores, dos ouvintes ou
dos leitores, procurando descobrir sensacionalismo naquilo que sai da norma ou que
não correu bem. Alguém já chamou a este vergonhoso comportamento o “assador
mediático”, para o qual contribuem jornalistas e comentadores irresponsáveis. Naturalmente que há erros mas, tal como dizia Bento de Jesus Caraça,
que não receava o erro porque estava sempre pronto a emendá-lo, também agora se
emendam os erros de um plano que, por definição, tem que ser flexível e
ajustado às novas evidências.
Assim, aqui se
presta homenagem a Marta Temido, a corajosa Ministra da Saúde, que para além de
enfrentar as incertezas desta pandemia e os inoportunos ataques de alguns adversários
políticos, ainda tem que conviver com muitos daqueles que desprestigiam a ética
e a deontologia jornalísticas. Bravo!