No conflito que
perturba o mundo e que, desde há mais de três meses, tem levado a mais completa
destruição à Faixa de Gaza e que já causou a morte de mais de 25 mil
palestinianos, sobretudo mulheres e crianças, tem-se destacado a voz de um
português que desempenha as funções de Secretário-Geral das Nações Unidas.
António Guterres
tem reclamado como ninguém pelo cessar-fogo e pela paz. Logo no início do conflito teve a
coragem de afirmar numa reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que era
importante reconhecer que os ataques do Hamas “não aconteceram do nada”, porque
o povo palestiniano “foi sujeito a 56 anos de ocupação sufocante”, tendo visto
"as suas terras serem continuamente devoradas por colonatos e assoladas
pela violência, a sua economia sufocada, as suas pessoas a serem deslocadas e
as suas casas a serem demolidas”. A Europa calou-se e só a Espanha aplaudiu
Guterres, enquanto em Portugal até houve alguns miseráveis comentadores
avençados que o criticaram.
Desde o primeiro
dia, a Europa poderia ter procurado arbitrar o conflito, mas preferiu alinhar
num dos lados porque “Israel tinha o direito de se defender”, como disseram
vários dos seus líderes e foi repetido por essa espécie de diplomata que é o insignificante Cravinho.
A indiferença europeia em relação ao que se passa no Médio Oriente, bem como a
sua aparente cumplicidade com o extremismo de Benjamin Netanyahu, mostram como
a Europa está sem rumo e como a parelha Charles Michel-Ursula von der Leyen é
demasiado medíocre e não presta.
Neste quadro, o
jornal The National que se publica na cidade de Abu Dhabi, nos
Emirados Árabes Unidos, publica na sua edição de hoje uma fotografia a cinco
colunas de António Guterres e destaca uma das frases que ele mais tem repetido:
“Temos que impedir que se inflame o barril de pólvora que é o Médio Oriente”.
Aos poucos,
começa a haver quem se assuste com o que pode acontecer no Médio Oriente e que já compreende
que a solução destes conflitos é política e não militar.