segunda-feira, 4 de abril de 2016

A preocupante radicalização do Brasil

O Brasil está a passar por uma situação muito complexa, sobre a qual é difícil emitir opinião, sobretudo quando não se é brasileiro e se está separado por 7.376,32 quilómetros, que é a distância que separa as cidades de Lisboa e de Brasília. As notícias que atravessam o Atlântico são muito contraditórias e parciais e, cada vez mais, revelam a gravidade da situação e a dificuldade para se encontrar uma saída política. Tudo isto acontece num quadro mundial de grande perturbação e de persistente crise, mas também de luta entre modelos de sociedade e de interesses financeiros globais, a que o Brasil e a sua dimensão estratégica não escapam. Nessas condições, todas as contradições culturais da sociedade brasileira emergem, convergindo nos mensalões e nas operações lava-jato, num esquema que directa ou indirectamente beneficiou muita gente, sobretudo das classes dominantes de todos os partidos políticos, com a propina e a lavagem de dinheiro a tornarem-se prática generalizada, em paralelo com a pobreza que ainda não foi irradicada e que afecta muitos milhões de brasileiros. Essa é uma realidade que está a corroer o ambiente e a coesão nacionais, com o povo a sofrer como sempre com as incertezas do futuro. Daí nasce a luta política em que vale tudo e em que aparece a questão do impeachment, que não resulta de uma acusação pessoal contra a Presidente Dilma Rousseff, mas que é um verdadeiro instrumento de luta de uma parte do Brasil contra a outra parte.
A criativa capa da edição do passado fim de semana do Zero Hora de Porto Alegre sintetiza a situação brasileira como o encontro entre a corrupção e a ”roubalheira que corrói as instituições” e o radicalismo político e a escalada de intolerância. Vamos ver como os brasileiros vão ultrapassar este imbróglio.

Brest, capital europeia das festas do mar

O jornal bretão Le Télégramme anuncia hoje o j-100, isto é, os cem dias que faltam para o início das Fêtes Maritimes que se realizarão em Brest entre os dias 13 e 19 de Julho, durante as quais são esperados mais de 1200 navios no porto.
Este festival, que a organização classifica entre les plus grands rendez-vous maritimes de la planète, realiza-se de quatro em quatro anos desde 1992. Concebido inicialmente como um festival específico para a vela tradicional, o festival tem alargado o seu âmbito e, actualmente, acolhe todo o tipo de navios, incluindo veleiros oceânicos, navios de guerra, navios de investigação científica e até quebra-gelos, para além dos mais modernos iates que a tecnologia tem criado. A própria base naval de Brest, apesar das questões de segurança que se levantam, aderiu a este festival e abrirá as suas instalações e os seus navios à curiosidade do público. Este ano esperam-se cerca de cinco dezenas de grandes veleiros de mais de 30 metros e, entre eles, o L'Hermione, que voltará a Brest depois do seu périplo americano do ano passado e cuja imagem serviu para o Le Télégramme ilustrar a sua edição de hoje, mas também les plus beaux voiliers russes, hollandais et portugais. Durante uma semana os nove quilómetros de cais serão transformados numa enorme floresta de mastrosque serão percorridos diariamente por cerca de 100 mil visitantes.  No festival deste ano, haverá cinco países e regiões com historial na navegação que serão particularmente destacadas como convidados de honra: os Países Baixos, Portugal, Rússia, Reino Unido e a Polinésia.
Segundo referiu a organização, o elevado custo do festival terá contrapartidas asseguradas e promoverá a notoriedade e a imagem de Brest como grande centro mundial das actividades marítimas ou como "capital europeia das festas do mar". Talvez pudéssemos aprender com as autoridades de Brest.