Os BRICS são um
grupo de cinco países ditos emergentes – Brasil, Rússia, Índia, China e África
do Sul – que foi constituído em 2009, embora a África do Sul só nele tenha
ingressado em 2011, os quais realizam uma cimeira anual em que cada um dos
países participa através dos respectivos líderes de governo. O grupo não
constitui um bloco económico nem uma associação de comércio, mas sobretudo um
“clube político” ou uma "aliança", que visa converter o seu crescente poder
económico numa maior influência geopolítica à escala mundial.
Actualmente, os
BRICS são detentores de mais de 21% do PIB mundial, formando o grupo de países
que mais crescem no planeta. Além disso, representam 42% da população mundial,
45% da força de trabalho e o maior poder de consumo do mundo, destacando-se também
pela abundância dos seus recursos naturais e das condições favoráveis que
atualmente apresentam para a sua exploração.
Este ano, a XIV
Cimeira dos BRICS realizou-se em Pequim e ontem lá estiveram Xi Jinping,
Vladimir Putin, Jair Bolsonaro, Narendra Modi e Cyril Ramaphosa. No actual
quadro de guerra e de envolvimento euro-americano no conflito resultante da invasão russa da
Ucrânia, esta "aliança" tem uma enorme importância. Pela primeira vez desde que
ordenou a invasão da Ucrânia, Vladimir Putin encontrou-se com grandes líderes
mundiais que, aparentemente, não o criticaram. Nenhum dos 75 pontos da
Declaração de Pequim desta XIV Cimeira dos BRICS faz referências à invasão russa,
nem critica Vladimir Putin. Naturalmente, o jornal chinês Global Times dá um grande
destaque a esta Cimeira, à qual todos os agentes da geopolítica devem estar
atentos.