sexta-feira, 24 de junho de 2022

Ainda as festas de São João e as fogueiras

A noite de São João decorreu com grande animação e, através de longas transmissões televisivas, todos puderam acompanhar os festejos que ocorreram no Porto e em Angra do Heroísmo. Em tempos de grande preocupação pela crise económica que se desenha e da agitação social que sempre a acompanha, mas também pelo prolongamento da guerra e da tensão nas fronteiras europeias e das suas imprevisíveis consequências, é caso para dizer que “tristezas não pagam dívidas” e daí que o povo se tenha divertido a ver as marchas e os fogos-de-artifício, a bater com martelinhos e com alhos-porros, a comer sardinhas assadas e outros petiscos, sempre a cantar e a dançar. Foi, segundo pudemos ver na televisão, uma grande festa popular, que até levou ao Porto o senhor Presidente da República para se divertir e conviver com o seu povo.
Porém, os festejos de São João são diferentes em todas as comunidades mas, no imaginário popular, as fogueiras são um elemento essencial e são mesmo o traço comum de todos os festejos joaninos, sobretudo nas pequenas comunidades rurais que ainda sabem conservar as tradições ancestrais. Curiosamente, sabe-se lá porquê, as fogueiras de São João são pouco mencionadas no noticiário português, ao contrário do que acontece na Galiza, onde a imprensa publica fotografias e textos alusivos. 
Hoje na sua primeira página, o jornal Faro de Vigo publica uma fotografia a quatro colunas de “La noche más corta… y esperada”, acrescentando que “las hogueras atraen a miles de personas y plantan cara al mal tiempo en el primer San Xoan multitudinario desde que estalló la pandemia”.
Ainda bem que as memórias das fogueiras de São João da nossa infância não se perdem, ao menos na vizinha Galiza!

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