A noite de São
João decorreu com grande animação e, através de longas transmissões
televisivas, todos puderam acompanhar os festejos que ocorreram no Porto e em
Angra do Heroísmo. Em tempos de grande preocupação pela crise económica que se
desenha e da agitação social que sempre a acompanha, mas também pelo
prolongamento da guerra e da tensão nas fronteiras europeias e das suas
imprevisíveis consequências, é caso para dizer que “tristezas não pagam
dívidas” e daí que o povo se tenha divertido a ver as marchas e os
fogos-de-artifício, a bater com martelinhos e com alhos-porros, a comer
sardinhas assadas e outros petiscos, sempre a cantar e a dançar. Foi, segundo
pudemos ver na televisão, uma grande festa popular, que até levou ao Porto o
senhor Presidente da República para se divertir e conviver com o seu povo.
Porém, os
festejos de São João são diferentes em todas as comunidades mas, no imaginário
popular, as fogueiras são um elemento essencial e são mesmo o traço comum de
todos os festejos joaninos, sobretudo nas pequenas comunidades rurais que ainda sabem
conservar as tradições ancestrais. Curiosamente, sabe-se lá porquê, as
fogueiras de São João são pouco mencionadas no noticiário português, ao
contrário do que acontece na Galiza, onde a imprensa publica fotografias e
textos alusivos.
Hoje na sua primeira página, o jornal
Faro
de Vigo publica uma fotografia a quatro colunas de “La noche más corta…
y esperada”, acrescentando que “las hogueras atraen a miles de personas y
plantan cara al mal tiempo en el primer San Xoan multitudinario desde que
estalló la pandemia”.
Ainda bem que as memórias
das fogueiras de São João da nossa infância não se perdem, ao menos na vizinha
Galiza!
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