No passado sábado
ocorreu um tsunami no estreito de Sunda que separa a ilha de Samatra da ilha de
Java e, segundo os dados já apurados, registaram-se 373 mortos e mais de 1400
feridos, havendo ainda mais de uma centena de desaparecidos. Uma vez mais a Indonésia está de luto. Na memória do
mundo ainda está a grande catástrofe de 2004, quando um sismo na região de
Aceh, na ilha de Samatra, gerou um tsumani que afectou todo o oceano Índico e
matou cerca de 230 mil pessoas.
A Indonésia fica situada sobre o chamado anel de fogo
do Pacífico, uma extensa área em forma de ferradura de cerca de 40 mil quilómetros
onde se regista intensa actividade geológica, que dá origem a sismos e vulcões
e, por vezes, a tsunamis. Nenhum outro país tem sido vítima dos tsunamis como a Indonésia.
Habitualmente um
tsunami está associado a um sismo, mas neste caso resultou da erupção do Anak
Krakatoa, uma ilha-vulcão cujo historial inclui algumas das mais mortíferas
erupções que se conhecem, designadamente a que ocorreu em 1883 e que foi a mais
dramática de todas. Nessa altura a ilha de 882 metros de altitude desapareceu e
deu lugar a uma cratera de 16 quilómetros de comprimento, onde se formou um
lago. Depois, nessa cratera e nesse lago nasceu uma formação rochosa chamada Anak Krakatau, o filho de Krakatoa,
que actualmente já possui mais de 324 metros de altitude e que cada ano aumenta
cerca de cinco metros.
Foi exactamente no
Anak Krakatoa que ocorreu a erupção que provocou o tsunami. Curiosamente,
apenas alguns jornais espanhóis, caso do El Corréo de Bilbau, publicaram a
impressionante fotografia do Anak Krakatoa em erupção.