sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Israel radical também ataca a Cisjordânia

O território palestiniano situado a oeste do rio Jordão que é designado por Cisjordânia, ou West Bank, está ocupado militarmente por Israel, o que é ilegal à luz do Direito Internacional e das Resoluções das Nações Unidas.
O território é governado pela Autoridade Nacional Palestiniana presidida por Mahmoud Abbas mas, para além do seu controlo militar, o governo de Netanyahu decidiu agora lançar operações aéreas e terrestres em grande escala a que chamou operações antiterroristas. Assim, invadiu as cidades de Jenin, Nablus, Tubas e Tulkarem e outras áreas cisjordanas, com o apoio da aviação, de helicópteros e de veículos armados. Segundo os relatos de alguma imprensa internacional trata-se de “um dos ataques mais violentos em décadas na Cisjordânia” e o jornal Kuwait Times escreveu em título de primeira página que “Zionist terror hits West Bank”, o que significa que o terror atingiu a Cisjordânia. O insuspeito jornal The Washington Post escreveu ontem em primeira página que “massive Israeli raids kill at least 10”.
Alguns podem compreender a luta contra o Hamas que governa a Faixa de Gaza, como um direito de resposta israelita aos massacres e raptos de 7 de outubro, embora todos considerem injusto, excessivo e cruel o que tem sido feito ao povo palestiniano.
Outros podem compreender a reacção de Israel perante a ameaça do Hezbollah, uma organização política e paramilitar fundamentalista islâmica instalada no sul do Líbano.
Porém, ninguém compreende as acções israelitas nos territórios cisjordanos governados pela Autoridade Nacional Palestiniana onde já morreram mais de 650 palestinianos, desde o dia 7 de outubro. E ninguém compreende os silêncios de Joe Biden, de Ursula von der Leyen, de Emmanuel Macron, de Olaf Scholz e de tantos líderes que se comportam como cúmplices do massacre ao povo palestiniano.

Perda de um F-16: golpe para a Ucrânia

A edição de hoje do The Wall Street Journal publica na sua primeira página uma notícia com o título “Ukrainian Pilot Dies in F-16 Crash”, um facto que terá acontecido na passada segunda-feira, mas que só foi revelado quatro dias depois, certamente porque foi um duro golpe para as aspirações ucranianas.
A notícia avançada por diferentes agências diz que “a Ucrânia perdeu o primeiro dos seus caças F-16 de fabricação norte-americana durante o enorme ataque com mísseis e drones da Rússia na segunda-feira, matando o piloto, tenente-coronel Oleksiy Mes, um dos primeiros do país a ser qualificado para pilotar os caças avançados”. As autoridades militares ucranianas “não acreditam que um erro do piloto esteja por trás do acidente” e também afirmaram que "não parece ter sido resultado de fogo russo".
A longa pressão conduzida por Volodymyr Zelensky para que os seus aliados e amigos lhe cedessem caças F-16 tinha sido bem sucedida e as primeiras unidades tinham chegado à Ucrânia há poucas semanas, provenientes da Bélgica, Dinamarca, Países Baixos e Noruega. Havia a expectativa de que os F-16 poderiam desequilibrar a balança operacional a favor da Ucrânia, pelo que este acontecimento veio arrefecer os ânimos belicosos de muita gente e mostrar que a solução do problema ucraniano está na diplomacia, na negociação, no fim da destruição de vidas e bens, isto é, no cessar-fogo e na paz entre russos e ucranianos, mas também veio mostrar que aqueles que defendem o envolvimento de mais meios militares e até de tropas europeias, estão errados.
Haverá ainda quem pense que a guerra serve para solucionar algum problema?