segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Rafa Nadal: el más grande de los grandes

A Espanha vibrou ontem com a façanha do tenista Rafael Nadal que triunfou no Open da Austrália 2022, depois de bater o russo Daniil Medvedev por 3-2, ao fim de 5 horas e 24 minutos de um emocionante jogo. Estando a perder por 2-0, Nadal teve uma notável recuperação que o conduziu a uma surpreendente vitória que, aos 35 anos de idade, faz dele o maior campeão da história do ténis. Foi a segunda vez que ganhou este torneio, que já vencera no longínquo ano de 2009, mas o que mais impressiona é o facto do tenista espanhol ter estado lesionado desde o passado mês de Agosto e agora ter reaparecido em Melbourne em grande forma, o que só foi possível devido à sua grande tenacidade.
Com este triunfo, Rafael Nadal conquistou o seu 21º título do Grand Slam (Open da Australia, Wimbledon Cup, Tournoi de Roland Garros e US Open), desempatando em relação aos seus rivais Roger Federer e Novak Djokovic que, tal como ele, tinham triunfado até agora em vinte títulos do Grand Slam.
A Espanha vibrou com este feito desportivo e a fotografia de Rafael Nadal ocupou hoje a primeira página de muitas dezenas de jornais espanhóis, nacionais e regionais, mas essa notícia e a fotografia do tenista espanhol também aparecem em muitos jornais internacionais, com maior destaque do que a tensão nas fronteiras ucranianas. O jornal El País, que é um jornal de referência internacional, destaca o feito de Rafael Nadal - el más grande de los grandes - e a razão não é para menos, pois trata-se de um acontecimento desportivo notável que deixou eufóricos nuestros hermanos.

Foi quase um tsunami político em Portugal

As eleições legislativas ontem realizadas em Portugal eram uma complexa equação a várias incógnitas, ou era um modelo matemático com muitas variáveis. Estavam sobre a mesa muitas situações para serem avaliadas pelo eleitorado, sobretudo a análise da forma como foi tratada a pandemia do covid-19 e os seus efeitos sobre a sociedade e o nosso modo de vida, mas também o cansaço de uma equipa governativa já com seis anos de actividade e a própria forma como se chegara a estas eleições antecipadas na sequência da não aprovação do Orçamento do Estado para 2022. Além disso, também estavam em causa as questões relativas à debilidade do SNS e da Justiça, bem como o posicionamento relativo de Portugal em relação aos seus parceiros europeus, isto é, saber se convergiu como diziam os socialistas, ou se divergiu como afirmavam os social-democratas. Havia, ainda, muitas dúvidas quanto aos eventuais efeitos sobre o eleitorado das campanhas dirigidas pela “imprensa sensacionalista e justiceira” contra algumas figuras do aparelho político socialista. 
As sondagens voltaram a errar e a mostrar-se pouco fiáveis, porque nos enganaram, eventualmente por manipulação, dolosa ou não, dos resultados. Cinco dias antes da ida às urnas, o Diário de Notícias anunciava a sondagem de uma tal Aximage e escrevia que “Rio passa Costa pela primeira vez”. Três dias depois e a 48 horas da votação, o Público dizia que está “tudo em aberto” e o Expresso escrevia que está “tudo empatado”. 
Afinal António Costa e o seu partido ganharam com maioria absoluta. Uma enorme surpresa. O eleitorado parece ter apreciado positivamente a forma como António Costa geriu a pandemia e deve ter-lhe perdoado alguns dos seus erros, como foi o apoio que deu ao Vieira, ao Cabrita e ao Cravinho, para só citar alguns dos seus protegidos.
Agora vai governar com maioria absoluta mas, sensatamente, no calor da vitória, declarou que maioria absoluta não significava poder absoluto. Assim seja!