segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Foi quase um tsunami político em Portugal

As eleições legislativas ontem realizadas em Portugal eram uma complexa equação a várias incógnitas, ou era um modelo matemático com muitas variáveis. Estavam sobre a mesa muitas situações para serem avaliadas pelo eleitorado, sobretudo a análise da forma como foi tratada a pandemia do covid-19 e os seus efeitos sobre a sociedade e o nosso modo de vida, mas também o cansaço de uma equipa governativa já com seis anos de actividade e a própria forma como se chegara a estas eleições antecipadas na sequência da não aprovação do Orçamento do Estado para 2022. Além disso, também estavam em causa as questões relativas à debilidade do SNS e da Justiça, bem como o posicionamento relativo de Portugal em relação aos seus parceiros europeus, isto é, saber se convergiu como diziam os socialistas, ou se divergiu como afirmavam os social-democratas. Havia, ainda, muitas dúvidas quanto aos eventuais efeitos sobre o eleitorado das campanhas dirigidas pela “imprensa sensacionalista e justiceira” contra algumas figuras do aparelho político socialista. 
As sondagens voltaram a errar e a mostrar-se pouco fiáveis, porque nos enganaram, eventualmente por manipulação, dolosa ou não, dos resultados. Cinco dias antes da ida às urnas, o Diário de Notícias anunciava a sondagem de uma tal Aximage e escrevia que “Rio passa Costa pela primeira vez”. Três dias depois e a 48 horas da votação, o Público dizia que está “tudo em aberto” e o Expresso escrevia que está “tudo empatado”. 
Afinal António Costa e o seu partido ganharam com maioria absoluta. Uma enorme surpresa. O eleitorado parece ter apreciado positivamente a forma como António Costa geriu a pandemia e deve ter-lhe perdoado alguns dos seus erros, como foi o apoio que deu ao Vieira, ao Cabrita e ao Cravinho, para só citar alguns dos seus protegidos.
Agora vai governar com maioria absoluta mas, sensatamente, no calor da vitória, declarou que maioria absoluta não significava poder absoluto. Assim seja!

Sem comentários:

Enviar um comentário