Os Lusíadas foram escritos por Luís Vaz de Camões e
tiveram a sua primeira edição em 1572,
isto é, estão “vivos aos 450 anos” como enuncia a mais recente edição do Jornal
de Letras, Artes e Ideias ou, de forma mais simples, do Jornal de Letras.
A obra é um poema
que enaltece a pátria portuguesa e o mar, desenvolvendo-se em torno da viagem pioneira
em que Vasco da Gama chegou às costas da Índia em 1498 e que mostrou que “o mar
unia e já não separava”.
Antigamente, o
currículo liceal obrigava a um longo estudo da obra e à sua interpretação,
sendo de boa norma que os estudantes soubessem algumas das suas estrofes de
cor. Daí que se encontre muita gente menos jovem que, sem qualquer dificuldade, ainda pode
declamar com segurança:
As armas e os Barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana.
Porém, eu ainda conservo na memória alguns versos da estrofe xcv do Canto IV, isto é, o episódio do Velho do Restelo, os quais aqui reproduzo por me terem ocorrido muitas vezes nos últimos tempos.
Ó glória de mandar, ó vã cobiça
Desta vaidade a quem chamamos
Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
C’uma aura popular, que honra se
chama!