sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

‘Os Lusíadas’ perfazem 450 anos de idade

Os Lusíadas foram escritos por Luís Vaz de Camões e tiveram a sua primeira edição em 1572, isto é, estão “vivos aos 450 anos” como enuncia a mais recente edição do Jornal de Letras, Artes e Ideias ou, de forma mais simples, do Jornal de Letras.
A obra é um poema que enaltece a pátria portuguesa e o mar, desenvolvendo-se em torno da viagem pioneira em que Vasco da Gama chegou às costas da Índia em 1498 e que mostrou que “o mar unia e já não separava”.
Antigamente, o currículo liceal obrigava a um longo estudo da obra e à sua interpretação, sendo de boa norma que os estudantes soubessem algumas das suas estrofes de cor. Daí que se encontre muita gente menos jovem que, sem qualquer dificuldade, ainda pode declamar com segurança:

As armas e os Barões assinalados

Que, da Ocidental praia Lusitana,

Por mares nunca de antes navegados

Passaram ainda além da Taprobana.

Porém, eu ainda conservo na memória alguns versos da estrofe xcv do Canto IV, isto é, o episódio do Velho do Restelo, os quais aqui reproduzo por me terem ocorrido muitas vezes nos últimos tempos. 

Ó glória de mandar, ó vã cobiça

Desta vaidade a quem chamamos Fama!

Ó fraudulento gosto, que se atiça

C’uma aura popular, que honra se chama!

 Saúdo, portanto, a iniciativa do Jornal de Letras ao dar início à evocação nacional dos 450 anos da publicação d’Os Lusíadas.

1 comentário:

  1. 1 - Se o Camões cá voltasse, voltava rapidamente para o túmulo ao ver como está a ser tratada a sua língua mãe.
    2 - A propósito da segunda estrofe: não vivendo cá neste momento, o Camões era bruxo ou adivinho?

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