Voltar a Goa é um
regresso a algumas das melhores memórias da minha vida e é um reencontro com
pessoas que estimo desde há muitos anos, mas é também uma leitura renovada
sobre um território e uma comunidade que nos seduz pela sua história e pela sua
especificidade cultural.
Goa é um dos 29
estados da União Indiana e tem uma personalidade muito própria, por certo
derivado da convivência que manteve com os portugueses durante alguns séculos.
Porém, o progresso tem alterado quase tudo em Goa, tanto no seu ambiente
cultural como na oferta de actividades e serviços, tornando-se um pólo de
atracção para as outras regiões da India. Para responder à procura turística e
para satisfazer as necessidades crescentes da população, apareceram novas construções,
muitas infraestruturas e comércios de todos os géneros, em paralelo com muitas iniciativas empresariais e novas
experiências culturais. A vida social dinamizou-se e o turismo tornou-se uma
das mais importantes actividades económicas de Goa, gerando rendimentos para muitos
sectores da população, uma parte da qual veio de outras regiões da Índia à
procura do emprego e da prosperidade que encontram na”Europa da Índia”.
No entanto, perdura
em Velha Goa a magia e o encanto da Goa Dourada, a cidade que nos séculos XVI e
XVII foi a capital de um império marítimo que se estendeu de Moçambique ao Japão
e que, porventura, é um dos episódios mais importantes da História de Portugal.
Por isso, é um local tão belo quanto simbólico e, naturalmente, lá estive hoje em peregrinação emocional e histórica.