Se acontecesse no
Burkina Faso ou na Costa Rica, a acusação de um ex-presidente por ter promovido
uma tentativa de fraude eleitoral, não teria o enorme impacto que está a ter
nos Estados Unidos e no mundo.
Tudo começou nas
eleições presidenciais realizadas no dia 3 de Novembro de 2020, quando o
republicano Donald Trump não conseguiu ser reeleito e foi derrotado pelo
democrata Joe Biden. Nesse mesmo dia, o derrotado Trump iniciou um processo de
contestação dos resultados eleitorais, em que nunca reconheceu a sua derrota e
procurou revertê-la, num processo em que o seu ponto mais simbólico foi a
ocupação do Capitólio no dia 6 de Janeiro de 2021. Na estratégia de Trump e da
sua equipa esteve a tentativa de “encontrar” ou “inventar” quase doze mil votos
no estado da Geórgia, mas também no Arizona, que o colocariam à frente de Joe
Biden e alterariam a seu favor a repartição dos 538 delegados no Colégio Eleitoral.
A estratégia de
Donald Trump falhou e ele foi acusado, juntamente com aqueles que, consciente e
voluntariamente, se lhe juntaram numa conspiração para alterar ilegalmente o
resultado das eleições. Por isso, foi preso na Geórgia onde ficou
registado como o preso nº P01135809, mas ao fim de vinte minutos saiu em
liberdade depois de pagar uma caução de 200 mil dólares.
Nesse mesmo dia
realizou-se o primeiro debate das eleições primárias do Partido Republicano e,
entre outros, lá estiveram Ron DeSantis, o governador da Florida, Mike Pence, o
ex-vice-presidente de Donald Trump, e Nikki Haley, a ex-governadora da Carolina
do Sul e ex-embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas.
Donald Trump não
esteve nesse debate apesar de ser o favorito nas sondagens sobre a intenção de
voto dos americanos e de uma eventual condenação nos processos em curso não o
tornar inelegível nos Estados Unidos. A América parece estar dividida entre os que apoiam e os que rejeitam Donald Trump, um "enemy of Democracy" como hoje se lhe refere o Daily News. Falta muito tempo e, como diz o povo, “o
futuro a Deus pertence”.