Os serviços
secretos americanos têm revelado que haverá 20 mil estrangeiros oriundos de 90
países que se encontram na Síria como combatentes do Estado Islâmico, o nome
por que é conhecido o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), também reconhecido
pelas siglas ISIS (em inglês) e DAESH (em árabe).
A adesão de
combatentes ao EIIL tem aumentado desde que em 29 de Junho de 2014 foi
anunciado o restabelecimento de um califado nos territórios sob o seu controlo
no norte do Iraque e no leste da Síria, enquanto Abou Bakr al-Baghdadi foi
proclamado califa e sucessor de Maomé. Alguns anunciados sucessos militares do
EIIL e alguma ineficácia na coligação criada para o combater, têm contribuido
para atrair militantes e para promover o aparecimento de importantes focos de jihadismo na Nigéria, na Líbia, no
Egipto e no Iémen, o que se está a tornar numa ameaça para a paz e a segurança,
um pouco por todo o mundo.
Estima-se que
haverá 3400 combatentes estrangeiros provenientes de países ocidentais a
combater pelo EIIL e a França parece ser o seu principal centro de
recrutamento. A edição do diário La Provence que se publica em
Marselha, dedica a sua edição de ontem ao jihadismo
e anuncia em primeira página que a França é a fábrica do jihadismo, havendo quem classifique a crescente adesão
ao EIIL como o tsunami jihadista.
O assunto
preocupa a França mas também a Europa, mas é uma reacção natural às políticas
que têm sido adoptadas, com predomínio do financeiro sobre o social, aparecendo
como reacção ao desemprego, à pobreza, à injustiça, à não integração social e à
falta de políticas sociais de enquadramento da juventude. Os erros que têm sido
cometidos pelos responsáveis políticos ocidentais, neste como noutros assuntos,
evidencia o fim do euro-centrismo e da euro-prosperidade, que têm sido
acelerados pela generalizada incompetência dos governantes e pela passividade
dos governados.