quarta-feira, 3 de junho de 2015

As fábricas do jihadismo estão em França

Os serviços secretos americanos têm revelado que haverá 20 mil estrangeiros oriundos de 90 países que se encontram na Síria como combatentes do Estado Islâmico, o nome por que é conhecido o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), também reconhecido pelas siglas ISIS (em inglês) e DAESH (em árabe).
A adesão de combatentes ao EIIL tem aumentado desde que em 29 de Junho de 2014 foi anunciado o restabelecimento de um califado nos territórios sob o seu controlo no norte do Iraque e no leste da Síria, enquanto Abou Bakr al-Baghdadi foi proclamado califa e sucessor de Maomé. Alguns anunciados sucessos militares do EIIL e alguma ineficácia na coligação criada para o combater, têm contribuido para atrair militantes e para promover o aparecimento de importantes focos de jihadismo na Nigéria, na Líbia, no Egipto e no Iémen, o que se está a tornar numa ameaça para a paz e a segurança, um pouco por todo o mundo.
Estima-se que haverá 3400 combatentes estrangeiros provenientes de países ocidentais a combater pelo EIIL e a França parece ser o seu principal centro de recrutamento. A edição do diário La Provence que se publica em Marselha, dedica a sua edição de ontem ao jihadismo e anuncia em primeira página que a França é a fábrica do jihadismo, havendo quem classifique a crescente adesão ao EIIL como o tsunami jihadista.
O assunto preocupa a França mas também a Europa, mas é uma reacção natural às políticas que têm sido adoptadas, com predomínio do financeiro sobre o social, aparecendo como reacção ao desemprego, à pobreza, à injustiça, à não integração social e à falta de políticas sociais de enquadramento da juventude. Os erros que têm sido cometidos pelos responsáveis políticos ocidentais, neste como noutros assuntos, evidencia o fim do euro-centrismo e da euro-prosperidade, que têm sido acelerados pela generalizada incompetência dos governantes e pela passividade dos governados.