sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Vendée Globe 2021: oitenta dias de mar

Começaram a chegar a Les Sables-d’Olonne, na costa atlântica francesa, os participantes na 9ª Vendée Globe, a famosa regata em que os participantes fazem a circum-navegação do planeta em monocascos e em solitário, sem escala e sem assistência, passando obrigatoriamente pelos três cabos de referência do hemisfério sul – cabo da Boa Esperança, cabo Leeuwin e cabo Horn. 
As imagens transmitidas pelas televisões mostraram as dificuldades de uma prova desta natureza, longa, solitária e sem assistência, em que os participantes enfrentam todas as meteorologias, incluindo tempestades e calmarias, mares agitados e ausências de visibilidade. Terminar uma prova destas é um feito náutico e desportivo notável. 
Nesta edição, houve 33 velejadores que partiram no dia 8 de Novembro de Les Sables-d’Olonne. Ontem ainda estavam em prova 25 concorrentes e oito deles cortaram a linha de chegada em menos de 24 horas, o que mostra como a prova foi competitiva. Yannick Bestaven, um velejador francês de Saint-Nazaire de 48 anos de idade, foi o vencedor com o veleiro Maître Coq IV e concluiu a prova em 80 dias, 3 horas, 44 minutos e 46 segundos, o que significa que não foi batido o record de 74 dias, 3 horas, 35 minutos e 46 segundos conseguido em 2017. 
Apesar da melhoria tecnológica das embarcações, o factor determinante nesta prova é o vento, pois determina as velocidades dos veleiros e condiciona as rotas, tornando-as mais ou menos longas. Assim, enquanto em 2017 o navegador francês Armel Le Cléac’h percorrera 21.638 milhas, neste ano de 2021 o velejador Yannick Bestaven percorreu cerca de 28.584 milhas, isto é, mais alguns milhares de milhas, pelo que gastou mais seis dias na prova. 
Hoje o jornal L’Équipe presta-lhe uma justa homenagem.