Hoje, estranhamente, os principais jornais portugueses – generalistas, económicos e desportivos – apareceram nas bancas totalmente coloridos de vermelho. A dúvida assaltou-me. Seria uma forma de solidariedade para com a Venezuela e uma homenagem ao Presidente Hugo Chavez? Seria um apoio ao Benfica para o seu jogo desta noite com o Bordéus para a Liga Europa? Não podia ser nenhuma destas coisas. Só poderia ser uma qualquer mensagem publicitária induzida. Lembrei-me, então, que desde há dois dias, havia alguns outdoors a anunciar um novo pacote de serviços da Vodafone – o Vodafone Red.
O vermelho dos jornais cumpriu os dois primeiros passos do processo de comunicação publicitária - chamar a atenção e despertar o interesse. Depois, suscitou-me o desejo de conhecer o conteúdo da mensagem induzida no vermelho da capa dos jornais. Verifiquei, então, que a Vodafone decidiu responder à ofensiva recentemente lançada pela PT através da marca Meo, juntando no mesmo pacote os serviços de internet, telemóvel, telefone fixo e televisão, com um tarifário atraente e competitivo, que pode levar à experimentação/aquisição do novo serviço. O vermelho serviu, portanto, os quatro pilares essenciais da comunicação publicitária: atenção, interesse, desejo e aquisição.
Não sei se o Vodafone Red é melhor ou pior que a PT, mas ambas estão a lutar por um lugar no mercado das telecomunicações e a antecipar-se à anunciada fusão entre a Zon e a Optimus, que deverá estar concluída no Verão. A concorrência é assim e os consumidores é que ganham. É pena que este tipo de guerra não chegue à banca e aos combustíveis onde, por vezes, a cartelização parece evidente.