O título da
edição de hoje do diário Faro de Ceuta até pode assustar os
ceitis porque lhes pode lembrar o dia 21 de Agosto de 1415, quando chegaram à
baía de Ceuta cerca de 212 embarcações, incluindo naus, caravelas, galés e
outras embarcações menores, onde iam embarcados 20 mil homens comandados pelo
rei D. João I para conquistar a cidade. De facto, a notícia de que a caravela
portuguesa [está] em Ceuta, bem poderia referir-se ao episódio da chegada das
caravelas e de outros navios portugueses à baía de Ceuta, acontecido há 602
anos.
Porém, a
caravela-portuguesa referida na notícia é a physalia
physalis que, segundo o meu amigo Google, é um organismo pluricelular ou
uma colónia de organismos geneticamente idênticos e altamente especializados
que aparentam ser uma única criatura e cuja principal toxina é a physaliatoxina. Têm cores diversas, tentáculos
com células urticantes que podem atingir 30 metros de comprimento e vivem na
superfície do mar das regiões tropicais, flutuando graças a um flutuador cilíndrico cheio de gás.
Provavelmente,
devido a condições oceanográficas desconhecidas, a Portuguese man o’war que é parecida com uma alforreca, foi
deslocada pelo vento desde as regiões tropicais até ao sul da península
Ibérica. Apareceu nas praias de Ceuta onde causou alarme e foi notícia de
primeira página no Faro de Ceuta, mas também nas praias da Manta Rota e Monte
Gordo, no sotavento algarvio, o que levou a autoridade marítima a difundir
conselhos às populações marítimas devido ao seu elevado poder urticante e
elevada perigosidade. Para quem ande no mar ou vá à praia, há que ter muito
cuidado, mas não deixa de ser curioso o nome deste organismo inspirado na aventura marítima portuguesa dos séculos XV e XVI.