O Iémen é um país
árabe situado na extremidade sudoeste da Arábia Saudita, que tem 528 mil
quilómetros quadrados de superfície e cerca de 27 milhões de habitantes e que
confronta a sul com o mar Arábico e a ocidente com o mar Vermelho.
Quando em 2011
aconteceu a “primavera árabe”, o Iémen também foi um dos países que entrou em
grande instabilidade política e social, vindo a entrar numa guerra civil de
grande violência em que se confrontam as forças leais ao governo instalado em
Áden (apoiado pela Arábia Saudita) e os rebeldes Houthis (apoiados pelo Irão)
que ocupam a parte ocidental do país e a sua capital Saná. A guerra iniciou-se
em 2014 e já causou cerca de meio milhão de mortos e muitos milhões de
desalojados e refugiados, sujeitos a carências alimentares e vítimas de
violações dos direitos humanos.
Os rebeldes
Houthis, tal como o Hamas em Gaza e o Hezbollah no Líbano, são solidários com o
povo palestiniano e com o seu sofrimento, considerando Israel o seu maior
inimigo. Entre outras acções, decidiram atacar a navegação ocidental no mar
Vermelho com mísseis e drones, como actos de vingança contra Israel pela sua
campanha militar em Gaza, o que tem obrigado as maiores companhias petrolíferas
a suspender o seu tráfego numa das mais importantes rotas marítimas mundiais. Estas
acções podem vir a causar um choque na economia mundial e, por isso, os Estados
Unidos e o Reino Unido decidiram avançar com um maciço ataque de retaliação que
utilizou mísseis Tomahawk, lançados por navios de guerra, por submarinos e por
aviões de combate. O jornal The New York Times relata esta acção,
sem a apoiar nem a criticar, até porque se teme que estes ataques possam transformar
a guerra de Israel contra o Hamas num conflito regional mais vasto, o que
contraria as repetidas declarações de Joe Biden e de Antony Blinken.