sexta-feira, 22 de abril de 2022

E já vão dois meses de guerra na Ucrânia

No dia 24 de Fevereiro, logo que Putin anunciou uma “operação militar especial” em território ucraniano, classificamos aqui que era “um dia negro na História da Europa” e a concluir esse texto escrevemos: 
“Todos condenam Putin e declaram solidariedade para com o povo ucraniano. Nós também. Que o cessar-fogo e a diplomacia cheguem depressa. Que tudo isto seja apenas um sonho mau”.
Vai para dois meses que essa invasão começou. O invasor russo terá imaginado que tudo resolveria numa semana, mas falhou na sua caminhada para Kiev, onde não esperava a corajosa resistência dos ucranianos. As tentativas já feitas para conseguir um cessar-fogo ainda não resultaram e os trágicos efeitos da guerra são visíveis nos mortos deixados no terreno, nas filas de milhares de refugiados e nas indescritíveis marcas de destruição das cidades. Nestas circunstâncias todos perdem com a catástrofe humanitária desta guerra, embora os russos venham perdendo mais, sobretudo porque foram travados nas grandes cidades e perderam o Moskva, o navio-chefe da sua frota do mar Negro.
Não se sabe bem como estão as coisas no terreno, mas as informações são contraditórias. A imprensa americana de hoje anuncia que “Putin proclaims fall of Mariupol, yet fight goes on (The New York Times) e que “Russia claims Mariupol victory as Ukrainian troops hold out” (The Wall Street Journal), mas The Washington Post diz que “U.S. reinforces aid to Ukraine”.
Há várias teorias, que diariamente são expostas pelos comentadores televisivos, quanto ao possível desenvolvimento da guerra, às ajudas e aos envolvimentos externos, à prática de crimes de guerra e à capacidade de resistência dos contendores, mas ninguém, ou quase ninguém, fala do cessar-fogo e da paz, como se não fosse esse o principal objectivo a perseguir. A propaganda domina e há quem queira que a guerra continue, parecendo cada vez mais que a Ucrânia e os ucranianos são apenas um campo experimental, ou um pretexto, para que os grandes poderes se enfrentem na sua ganância pelo domínio do mundo.