sábado, 5 de março de 2022

A Europa recebe os refugiados ucranianos

Sabe-se pouco sobre a evolução operacional da guerra da Ucrânia, porque as informações que vamos recebendo são muito contraditórias, embora pareça que nenhuma das partes esteja a registar sucessos suficientes que lhes garantam posições mais favoráveis na mesa de negociações. Do que não há dúvidas é da enorme destruição que está a tomar conta das cidades ucranianas, da ameaça do conflito se estender para além do território ucraniano e das multidões de refugiados que estão a chegar à Polónia, à Hungria, à Moldova, à Eslováquia e à Roménia, mas também à Rússia e à Bielorrússia.
Segundo revelou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), apenas numa semana de guerra registou-se um milhão de refugiados, havendo muitos deles que já deixaram os países de acolhimento e seguiram para outros destinos, incluindo Portugal.
A mais recente edição da revista americana Newsweek dedica a sua primeira página aos refugiados e informa que as previsões apontam para que o seu número possa chegar aos quatro milhões, sobretudo se o cessar-fogo tardar e os combates prosseguirem.
Porém, a tragédia dos refugiados também tem uma expressão interna, porque uma parte da população abandona as zonas de combate para fugir aos bombardeamentos e procura refúgio em zonas mais isoladas do país.
Não restam dúvidas de que com tantos refugiados e com tanta destruição, o cessar-fogo tem que ser conquistado rapidamente, mas não sei se aqueles que podem influenciar os caminhos da paz estão a fazer tudo o que deviam, isto é, não sei se o exemplo do Papa Francisco, que visitou a embaixada russa no Vaticano para “expressar a sua preocupação com a guerra”, tem quem siga o seu exemplo. A Europa que deveria ser a mediadora deste conflito, preferiu outro caminho.