Sabe-se pouco
sobre a evolução operacional da guerra da Ucrânia, porque as informações que
vamos recebendo são muito contraditórias, embora pareça que nenhuma das partes
esteja a registar sucessos suficientes que lhes garantam posições mais
favoráveis na mesa de negociações. Do que não há dúvidas é da enorme destruição
que está a tomar conta das cidades ucranianas, da ameaça do conflito se
estender para além do território ucraniano e das multidões de refugiados que estão
a chegar à Polónia, à Hungria, à Moldova, à Eslováquia e à Roménia, mas também
à Rússia e à Bielorrússia.
Segundo revelou o
Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), apenas numa
semana de guerra registou-se um milhão de refugiados, havendo muitos deles que
já deixaram os países de acolhimento e seguiram para outros destinos, incluindo
Portugal.
A mais recente
edição da revista americana Newsweek dedica a sua primeira
página aos refugiados e informa que as previsões apontam para que o seu número
possa chegar aos quatro milhões, sobretudo se o cessar-fogo tardar e os
combates prosseguirem.
Porém, a tragédia
dos refugiados também tem uma expressão interna, porque uma parte da população
abandona as zonas de combate para fugir aos bombardeamentos e procura refúgio
em zonas mais isoladas do país.
Não restam
dúvidas de que com tantos refugiados e com tanta destruição, o cessar-fogo tem
que ser conquistado rapidamente, mas não sei se aqueles que podem influenciar
os caminhos da paz estão a fazer tudo o que deviam, isto é, não sei se o
exemplo do Papa Francisco, que visitou a embaixada russa no Vaticano para
“expressar a sua preocupação com a guerra”, tem quem siga o seu exemplo. A Europa que deveria ser a mediadora deste conflito, preferiu outro caminho.