segunda-feira, 2 de julho de 2012

Helsinki 2012: ouro para Dulce Félix

Decorreram em Helsinquia os Campeonatos Europeus de Atletismo e, no quadro oficial das medalhas conquistadas, verifica-se que foram medalhados atletas de 27 países e que Portugal aparece colocado na 11ª posição dessa tabela. Foi um resultado positivo para a representação portuguesa que conquistou três medalhas: uma de ouro por Dulce Félix que se tornou campeã europeia dos 10 mil metros, uma de prata por Patrícia Mamona que se classificou em 2º lugar no triplo salto e uma de bronze por Sara Moreira, que obteve o 3º lugar nos 5 mil metros. Todas estão de parabéns, especialmente Dulce Félix, até porque o seu êxito fez com que o hino nacional fosse ouvido na Finlândia.
O atletismo não é um desporto de massa e a preparação de atletas para a alta competição é, provavelmente, mais exigente do que em qualquer outra modalidade desportiva, implicando muitos anos de preparação e treino, para além de muito sacrifício e de muita privação. A escada do sucesso é longa e com muitos degraus que são percorridos anonimamente e no esquecimento dos jornais e das televisões. Porém, no historial olímpico português que regista apenas 22 medalhas, verifica-se que 11 foram conquistadas no atletismo (incluindo 4 medalhas de ouro), o que dá à modalidade um especial estatuto no panorama desportivo português. No caso de Dulce Félix, que em Novembro se classificara em 4º lugar na maratona de Nova York, o resultado agora obtido deixa boas perspectivas para os Jogos Olímpicos de Londres onde irá correr a maratona. Será a sucessora de Rosa Mota por que esperamos há muitos anos?

“Invencible España”

A selecção espanhola ganhou com brilho o campeonato da Europa de Futebol e, se tomarmos em conta as vitórias no campeonato da Europa de 2008 e no campeonato do Mundo de 2010, este resultado é um acontecimento único na história do futebol mundial. Os espanhóis que tão preocupados têm andado com a crise financeira, o enorme desemprego e as complexas questões das autonomias, para além das fragilidades e dos imbróglios da sua realeza, explodiram de incontida alegria e exibiram um sentido de unidade e de orgulho nacional que só o futebol lhes poderia dar: Invencible España, titula o ABC, mas esse é apenas um exemplo do exagero em que terá caído a imprensa espanhola.
De facto, a Espanha vive hoje um momento único de júbilo e festeja euforicamente este resultado. Todos os seus problemas foram postos para segundo plano e a simbólica fotografia dos jogadores a levantar a taça conquistada, ilustra as capas de todos os jornais espanhóis - nacionais, regionais, generalistas, desportivos e até económicos. É realmente um momento único na vida de nuestros hermanos.
No plano desportivo a vitória espanhola foi indiscutível e pode afirmar-se que ganhou o melhor ou quem mais mereceu.
No entanto, o reconhecimento do mérito da vitória espanhola também serve para nos recordar que estivemos tão perto e que fomos traídos por traves e postes.
Los españoles ganaron bien, pero no son invencibles. Nosotros lo sabemos bien!