sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Os coleccionismos e a força da Messimania

O coleccionismo é uma actividade desenvolvida por milhões de pessoas em todo o mundo, que consiste na identificação, guarda, estudo, organização, classificação e exposição dos mais diferentes objectos, havendo coleccionadores de tudo, desde moedas, selos e postais, até isqueiros, sapatos, garrafas, primeiras edições de livros, miniaturas e, num outro patamar, as obras de arte, os automóveis clássicos ou as velhas máquinas voadoras.
Há diferentes tipos de coleccionismo, alguns deles bem imaginativos, havendo alguns que até recebem nomes específicos como a bibliofilia, a numismática ou a filatelia.
O coleccionador é sempre uma pessoa apaixonada pelos objectos que colecciona e, por isso, procura sempre a valorização das suas colecções, o que pode fazer com a aquisição de novos objectos em casas especializadas, em leilões ou em feiras, o que significa que o coleccionismo potencia vários tipos de negócios. Por isso há coleccionadores que, provavelmente, são meros negociantes especuladores, como acontece por exemplo com os mercados e os leilões de obras de arte, de automóveis antigos e, também, de coleccionáveis desportivos.
O futebolista Lionel Messi foi para os Estados Unidos para jogar no Inter Miami e a Messimania, nascida e criada em Barcelona, acentuou-se. Hoje, o jornal Clarín que se publica em Buenos Aires, destaca em primeira página que num leilão da casa Sotheby’s, em Nova Iorque, um anónimo adquiriu por 7,8 milhões de dólares, um lote de seis camisolas da selecção argentina “com o número 10 e o nome Messi nas costas”, que foram usadas no Catar por Lionel Messi na primeira parte de seis jogos do Campeonato do Mundo de 2022. A Sotheby's planeara atingir mais de dez milhões de dólares e ultrapassar o valor de 10,1 milhões de dólares por que foi vendida uma camisola usada pelo basquetebolista Michael Jordan nas finais da NBA de 1998.
O famoso Messi "perdeu" para Michael Jordan, como também "perdera" várias vezes com Cristiano Ronaldo.

José Tolentino Mendonça é Prémio Pessoa

José Tolentino Mendonça, cardeal da Igreja Católica nascido na vila madeirense do Machico, que actualmente é o prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação na Cúria Romana, é um reconhecido teólogo, professor, escritor e poeta português. Hoje completa 58 anos de idade e ontem foi-lhe atribuido o Prémio Pessoa.
Foi a 37ª personalidade da cultura portuguesa a ser distinguida com aquele prestigiado prémio que foi criado em 1987 por iniciativa do semanário Expresso, com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos, para destacar, ainda em vida, uma personalidade da sociedade portuguesa cujo percurso e obra se tenham evidenciado ao longo do ano, designadamente nos aspectos culturais ou científicos.
É, porventura, o prémio mais importante que existe em Portugal, um país em que são muito poucos “aqueles que por obras valerosas”, “se vão da lei da morte libertando”, como escreveu Camões em 1572. Porém, o cardeal José Tolentino Mendonça é um dos nossos compatriotas cujas “obras valerosas”, associadas à sua humildade e à sua qualidade intelectual, lhe dão um lugar de destaque no panorama da cultura portuguesa.
Não é este o espaço para elogiar o premiado e a sua obra poética e ensaística, até porque a imprensa de hoje destaca o percurso biográfico deste homem, “desde o Machico a Roma”, mas é um lugar em que se manifesta o regozijo pela escolha feita e se aplaude o premiado.