A visita de
Volodymyr Zelensky a Londres, Paris e Bruxelas foi um êxito político para o
presidente da Ucrânia, porque foi recebido com manifestações de grande
solidariedade em todas essas capitais, discursou no Parlamento Europeu e
participou numa reunião do Conselho Europeu. Em Londres e Paris houve bastante
discrição na recepção ao presidente ucraniano, mas em Bruxelas ele foi recebido
em apoteose. Porém, apesar da enorme publicidade que teve a fotografia de
Zelensky com Charles Michel e Ursula von der Leyen, por exemplo no The
Wall Street Journal, foram os encontros com Sunak, Macron e Scholz que
foram realmente importantes para o futuro da Ucrânia, pois são eles que podem
ou não podem dar o apoio militar que Zelensky vem requerendo ou, por outras
palavras, são eles que podem enfrentar a ambição de Putin.
A Rússia não
gostou desta visita de Zelensky às capitais europeias, nem do entusiasmo que os
seus resultados suscitaram, pelo que tratou de lançar “o mais intenso ataque
desde o início da invasão”, dirigido a pontos essenciais da produção e
distribuição da energia ucraniana, designadamente contra a cidade de Zaporijia
que “foi atingida 17 vezes no espaço de uma hora”.
O actual momento
do conflito ucraniano é difícil, complexo e, até, perigoso. Com mais ou menos
oscilações, há muito tempo que as linhas da frente não se alteram, que é cada
vez mais evidente que nenhuma das partes terá uma vitória militar e que todos
vamos perder, a começar pelo martirizado povo ucraniano, sobretudo aqueles que
não abandonaram as suas casas. Assim, era necessário saber o que Sunak, Macron
e Scholz disseram a Zelensky, bem como o que pensa Biden, para fazermos
prognósticos sobre o que possa acontecer nos próximos tempos. Não sabemos.
Estamos preocupados.