sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Zelensky, a guerra e a incerteza do futuro

A visita de Volodymyr Zelensky a Londres, Paris e Bruxelas foi um êxito político para o presidente da Ucrânia, porque foi recebido com manifestações de grande solidariedade em todas essas capitais, discursou no Parlamento Europeu e participou numa reunião do Conselho Europeu. Em Londres e Paris houve bastante discrição na recepção ao presidente ucraniano, mas em Bruxelas ele foi recebido em apoteose. Porém, apesar da enorme publicidade que teve a fotografia de Zelensky com Charles Michel e Ursula von der Leyen, por exemplo no The Wall Street Journal, foram os encontros com Sunak, Macron e Scholz que foram realmente importantes para o futuro da Ucrânia, pois são eles que podem ou não podem dar o apoio militar que Zelensky vem requerendo ou, por outras palavras, são eles que podem enfrentar a ambição de Putin.
A Rússia não gostou desta visita de Zelensky às capitais europeias, nem do entusiasmo que os seus resultados suscitaram, pelo que tratou de lançar “o mais intenso ataque desde o início da invasão”, dirigido a pontos essenciais da produção e distribuição da energia ucraniana, designadamente contra a cidade de Zaporijia que “foi atingida 17 vezes no espaço de uma hora”.
O actual momento do conflito ucraniano é difícil, complexo e, até, perigoso. Com mais ou menos oscilações, há muito tempo que as linhas da frente não se alteram, que é cada vez mais evidente que nenhuma das partes terá uma vitória militar e que todos vamos perder, a começar pelo martirizado povo ucraniano, sobretudo aqueles que não abandonaram as suas casas. Assim, era necessário saber o que Sunak, Macron e Scholz disseram a Zelensky, bem como o que pensa Biden, para fazermos prognósticos sobre o que possa acontecer nos próximos tempos. Não sabemos. Estamos preocupados.