quarta-feira, 13 de março de 2019

O dia da ressureição de Cristiano Ronaldo

Cristiano Ronaldo nasceu no Funchal há 34 anos e muita gente pensa que essa idade já não é recomendável para jogar futebol, sobretudo na alta-roda das competições internacionais e, ainda por cima, como atacante.
Quando em Julho de 2018 o famoso futebolista deixou Madrid a caminho de Turim, eu pensei, e muitos pensaram como eu, que a Juventus não tinha comprado um futebolista por 100 milhões de euros, mas que adquirira, sobretudo, um ícone publicitário ou uma imagem de marca, para melhorar o marketing do clube e para o ajudar a voltar ao topo do futebol europeu.
O tempo parecia dar razão a essas pessoas, pois Cristiano Ronaldo deixou de aparecer na selecção portuguesa, teve problemas com o fisco espanhol e com a justiça americana e pareceu ter perdido o seu habitual alto rendimento futebolístico. Até a Bola de Ouro lhe escapou para Luka Modric, o croata que fora seu companheiro no Real Madrid.
Porém, Cristiano Ronaldo ressuscitou ontem em Turim e tratou de pôr em delírio um estádio cheio e os adeptos da Juventus. Defrontando o Atletico de Madrid e, depois de ter perdido por 2-0 no primeiro jogo disputado na capital espanhola, desforrou-se com 3-0 e passou aos quartos de final da Liga dos Campeões. Cristiano Ronaldo marcou os três golos e a imprensa italiana, mas também a espanhola, a portuguesa e a latino-americana esgotaram os adjectivos elogiosos.
Até La Gazzetta dello Sport, a "bíblia" do futebol italiano, se rendeu a Cristiano Ronaldo. É mesmo um caso raro de talento futebolístico que bate todos, ou quase todos, os recordes do mundo do futebol.

May volta a ser derrotada no Parlamento

O Parlamento britânico votou ontem o novo acordo para a saída da Grã-Bretanha da União Europeia e, pela segunda vez, a primeira-ministra Theresa May foi derrotada, sendo essa derrota hoje destacada por toda a imprensa britânica.
À semelhança do que aconteceu na votação de 15 de Janeiro, quando o acordo foi chumbado por 432 votos a 202 (derrota por 230 votos), a votação de ontem resultou num novo chumbo pois 391 deputados votaram contra o acordo, que teve somente 242 votos favoráveis (derrota por 149 votos). Significa que as alterações introduzidas nas últimas semanas no texto do acordo convenceram alguns deputados, embora 62% dos membros do Parlamento britânico continuem a recusá-lo.
Hoje os deputados britânicos vão decidir se aceitam uma saída da União Europeia sem acordo, o chamado Brexit duro. Se o aceitarem haverá uma "crise sísmica na Europa", mas se recusarem essa opção, os deputados votam amanhã um adiamento do Brexit para além do dia 29 de Março, a chamada extensão do Artigo 50 do Tratado de Lisboa.
Enquanto os deputados discutem acaloradamente e se embrulham nesta questão, com Theresa May a revelar uma inacreditável teimosia, há manifestações em frente do Parlamento que têm convivido bem, umas a favor e outras contra o Brexit. Ninguém adianta cenários nem previsões, mas é cada vez mais provável que a saída para este caso seja um pedido de extensão do Artigo 50, seguida da demissão de Theresa May e da convocação de eleições gerais, em que os partidos e os candidatos a deputados afirmem, prévia e claramente, a sua posição em relação ao Brexit. Talvez assim se evite a vergonha que seria um novo referendo. Não há outra saída.