quarta-feira, 13 de março de 2019

May volta a ser derrotada no Parlamento

O Parlamento britânico votou ontem o novo acordo para a saída da Grã-Bretanha da União Europeia e, pela segunda vez, a primeira-ministra Theresa May foi derrotada, sendo essa derrota hoje destacada por toda a imprensa britânica.
À semelhança do que aconteceu na votação de 15 de Janeiro, quando o acordo foi chumbado por 432 votos a 202 (derrota por 230 votos), a votação de ontem resultou num novo chumbo pois 391 deputados votaram contra o acordo, que teve somente 242 votos favoráveis (derrota por 149 votos). Significa que as alterações introduzidas nas últimas semanas no texto do acordo convenceram alguns deputados, embora 62% dos membros do Parlamento britânico continuem a recusá-lo.
Hoje os deputados britânicos vão decidir se aceitam uma saída da União Europeia sem acordo, o chamado Brexit duro. Se o aceitarem haverá uma "crise sísmica na Europa", mas se recusarem essa opção, os deputados votam amanhã um adiamento do Brexit para além do dia 29 de Março, a chamada extensão do Artigo 50 do Tratado de Lisboa.
Enquanto os deputados discutem acaloradamente e se embrulham nesta questão, com Theresa May a revelar uma inacreditável teimosia, há manifestações em frente do Parlamento que têm convivido bem, umas a favor e outras contra o Brexit. Ninguém adianta cenários nem previsões, mas é cada vez mais provável que a saída para este caso seja um pedido de extensão do Artigo 50, seguida da demissão de Theresa May e da convocação de eleições gerais, em que os partidos e os candidatos a deputados afirmem, prévia e claramente, a sua posição em relação ao Brexit. Talvez assim se evite a vergonha que seria um novo referendo. Não há outra saída.  

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