O Parlamento britânico
votou ontem o novo acordo para a saída da Grã-Bretanha da União Europeia e,
pela segunda vez, a primeira-ministra Theresa May foi derrotada, sendo essa
derrota hoje destacada por toda a imprensa britânica.
À
semelhança do que aconteceu na votação de 15 de Janeiro, quando o acordo foi
chumbado por 432 votos a 202 (derrota por 230 votos), a votação de ontem
resultou num novo chumbo pois 391 deputados votaram contra o acordo, que teve
somente 242 votos favoráveis (derrota por 149 votos). Significa que as alterações
introduzidas nas últimas semanas no texto do acordo convenceram alguns
deputados, embora 62% dos membros do Parlamento britânico continuem a recusá-lo.
Hoje os deputados britânicos vão decidir se aceitam uma saída da União Europeia
sem acordo, o chamado Brexit duro. Se
o aceitarem haverá uma "crise sísmica na Europa", mas se recusarem essa opção, os deputados votam amanhã um adiamento do Brexit
para além do dia 29 de Março, a chamada extensão
do Artigo 50 do Tratado de Lisboa.
Enquanto os deputados discutem
acaloradamente e se embrulham nesta questão, com Theresa May a revelar uma
inacreditável teimosia, há manifestações em frente do Parlamento que têm convivido
bem, umas a favor e outras contra o Brexit. Ninguém adianta cenários nem previsões,
mas é cada vez mais provável que a saída para este caso seja um pedido de extensão
do Artigo 50, seguida da demissão de Theresa May e da convocação de eleições gerais,
em que os partidos e os candidatos a deputados afirmem, prévia e claramente, a
sua posição em relação ao Brexit. Talvez assim se evite a vergonha que seria um novo referendo. Não há outra saída.
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