Jair Bolsonaro
foi a Nova Iorque e pela primeira vez falou numa sessão de abertura da
Assembleia Geral das Nações Unidas, mas o seu discurso de 32 minutos foi
fortemente criticado, tanto no Brasil como no exterior, tendo sido acusado pela
imprensa de romper uma tradição de moderação e pragmatismo da diplomacia
brasileira e de ter perdido uma oportunidade para desfazer a má imagem internacional
do seu governo pela forma como tem tratado o problema dos incêndios e da
devastação da Amazónia.
Bolsonaro não
revelou quaisquer dotes de estadista e adoptou um tom de confronto e de
intolerância com muitos exageros e muitas falsidades, tendo criticado o
“espírito colonialista” de alguns países como a França por terem questionado a
política ambiental brasileira e chamado “falácia” à tese que defende que a
Amazónia é património da humanidade. Igualmente polémica foi a sua declaração
de que o Brasil esteve à beira do socialismo durante os governos de Lula e
Dilma Rousseff, bem como os ataques que fez a Cuba e à Venezuela.
Bolsonaro passou
ao lado da agenda e das preocupações do mundo e foi fazer propaganda
ideológica, tendo sido duramente criticado por ter levado para Nova Iorque
alguns temas da política interna brasileira como a corrupção e a criminalidade,
mas também pelas insinuações que fez aos estrangeiros que defendem os índios e
o meio ambiente que, segundo disse, apenas o fazem como pretexto para cobiçar
as riquezas da Amazónia.
O Brasil é um dos
maiores países do mundo e é aproximadamente 96 vezes maior do que Portugal, mas
o Jair perdeu uma oportunidade para readquirir e elevar o estatuto de prestígio
que o país merece no seio da comunidade internacional. O Jair, enquanto
inquilino do Palácio do Planalto, deveria ser um exemplo para o progresso do
Brasil, mas manifestamente não é capaz.