As comemorações
dos 50 anos do 25 de Abril, numa feliz iniciativa do presidente Marcelo Rebelo
de Sousa, trouxeram a Lisboa os presidentes das Repúblicas de Angola, de Cabo
Verde, da Guiné-Bissau, de Moçambique, de S. Tomé e Príncipe e de Timor Leste,
apenas faltando o presidente Lula da Silva que se fez representar pelo seu
Ministro dos Negócios Estrangeiros.
A par das grandes manifestações populares
realizadas por todo o país e das habituais cerimónias promovidas na Assembleia
da República, a sessão realizada no Centro Cultural de Belém em que
participaram aqueles sete presidentes de países de língua oficial portuguesa,
foi um marco relevante nas comemorações, mas tammbém no futuro da CPLP. Foram
sete discursos de grande importância histórica e política, que condenaram o
colonialismo salazarista e a guerra colonial, que elogiaram a liberdade
reconquistada pelo 25 de Abril e a abertura de negociações para a paz, mas que
reforçaram os sentimentos de amizade e de cooperação entre os países de língua
oficial portuguesa. Como refere o Jornal de Angola e foi salientado
por João Lourenço, o presidente da República Popular de Angola, “a nossa causa
era a mesma que a do povo português”. O 25 de Abril foi, portanto, um movimento
que libertou o povo português de uma ditadura cruel e retrógrada, mas também se
pode afirmar que resgatou os povos colonizados e muitos dos excessos do
colonialismo português.
Não é frequente
que os presidentes dos países que têm a língua portuguesa como língua oficial
se encontrem pessoalmente e, por isso, este encontro proporcionado pelas
comemorações do 25 de Abril foi um ponto alto, que demonstra como aquele
movimento libertador é um património comum que foi incorporado na história das
antigas colónias portuguesas.