sábado, 27 de abril de 2024

25 de Abril: património comum do PALOP

As comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, numa feliz iniciativa do presidente Marcelo Rebelo de Sousa, trouxeram a Lisboa os presidentes das Repúblicas de Angola, de Cabo Verde, da Guiné-Bissau, de Moçambique, de S. Tomé e Príncipe e de Timor Leste, apenas faltando o presidente Lula da Silva que se fez representar pelo seu Ministro dos Negócios Estrangeiros.
A par das grandes manifestações populares realizadas por todo o país e das habituais cerimónias promovidas na Assembleia da República, a sessão realizada no Centro Cultural de Belém em que participaram aqueles sete presidentes de países de língua oficial portuguesa, foi um marco relevante nas comemorações, mas tammbém no futuro da CPLP. Foram sete discursos de grande importância histórica e política, que condenaram o colonialismo salazarista e a guerra colonial, que elogiaram a liberdade reconquistada pelo 25 de Abril e a abertura de negociações para a paz, mas que reforçaram os sentimentos de amizade e de cooperação entre os países de língua oficial portuguesa. Como refere o Jornal de Angola e foi salientado por João Lourenço, o presidente da República Popular de Angola, “a nossa causa era a mesma que a do povo português”. O 25 de Abril foi, portanto, um movimento que libertou o povo português de uma ditadura cruel e retrógrada, mas também se pode afirmar que resgatou os povos colonizados e muitos dos excessos do colonialismo português.
Não é frequente que os presidentes dos países que têm a língua portuguesa como língua oficial se encontrem pessoalmente e, por isso, este encontro proporcionado pelas comemorações do 25 de Abril foi um ponto alto, que demonstra como aquele movimento libertador é um património comum que foi incorporado na história das antigas colónias portuguesas.

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