Decorreu em Los
Angeles a Cimeira das Américas, uma reunião entre os estados americanos do
norte, do sul e das Caraíbas, que se realizou pela primeira vez em 1994 por
iniciativa do presidente Bill Clinton. Segundo foi divulgado, os principais
temas a abordar nesta Cimeira eram a pandemia do covid-19, as migrações, as alterações climáticas e a segurança
alimentar, mas as notícias que foram transmitidas mostram que a reunião foi um
fiasco e que os Estados Unidos se afastaram do principal objectivo destas Cimeiras
das Américas que é, sobretudo, o fortalecimento da coesão entre os países do
continente.
Assim, houve sete
países que não participaram na Cimeira em protesto contra o facto de os Estados
Unidos não terem convidado Cuba, Nicarágua e Venezuela, com o argumento de que
não eram regimes democráticos. Entre os países que mais criticaram o
autoritarismo da opção americana estiveram o México, a Bolívia, o Chile, a
Argentina e as Honduras que, explícita ou implicitamente, rejeitaram a postura
hegemónica ou neo-colonial dos americanos.
Aparentemente, os
americanos incentivaram a desunião latino-americana, mas conseguiram reafirmar
a sua liderança do continente, enquanto os líderes dos países participantes
ficaram satisfeitos com a sua fotografia ao lado de Joe Biden, o que lhes
bastou para impressionar as suas próprias opiniões públicas no regresso a casa. À margem deste
encontro que constituiu a IX Cimeira das Américas, o Brasil esteve em destaque,
pois Jair Bolsonaro – que foi fotografado com Joe Biden – garantiu-lhe que
sairá da presidência do Brasil de forma democrática, se for esse o sentido do
voto popular, o que foi destacado pelo jornal Folha de S. Paulo. Por
outro lado, houve sete dezenas de organizações não-governamentais que acusaram
Bolsonaro de mentir em relação à protecção ambiental, à segurança alimentar
mundial e à preservação da Amazónia, isto é, a IX Cimeira das Américas parece
ter sido uma grande operação de Relações Públicas e pouco mais.