Nas eleições
presidenciais americanas realizadas no dia 3 de Novembro de 2020, o candidato
Joe Biden conseguiu eleger 306 delegados para o Colégio Eleitoral, enquanto o
então presidente Donald Trump só conseguiu 232 delegados. No contexto de todo o
território americano, Biden recolheu 51,4% dos 155 milhões de votos e Trump ficou-se
pelos 46,9%. Porém, Donald Trump não aceitou o resultado eleitoral e afirmou
terem sido contados votos fraudulentos, mas a recontagem dos votos não revelou
quaisquer irregularidades substantivas. Vieram dezenas de processos judiciais a
impugnar os resultados, mas Trump perdeu-os todos. Depois repetiu
exaustivamente a acusação de fraude eleitoral e procurou impedir a vitória de
Joe Biden, mas em meados de Dezembro o Colégio Eleitoral confirmou-a. Até que
chegou o dia 6 de Janeiro de 2021, em que o Congresso dos Estados Unidos
ratificou oficialmente a vitória de Biden, ao mesmo tempo que Donald Trump e os
seus apoiantes se concentravam em Washington, provocavam tumultos e decidiam
invadir o Capitólio, a casa da democracia americana, onde reúnem o Senado e a
Câmara dos Representantes. Houve falhas de segurança e com muita violência os
invasores destruíram o que encontraram e ameaçaram quem encontraram. Houve
cinco mortos e dezenas de feridos.
Agora, uma
comissão parlamentar de inquérito que está a investigar o papel de Trump nesse
assalto ao Capitólio, veio revelar que não foi um momento espontâneo, mas um attempted coup, isto é, uma tentativa de
golpe de estado. Naturalmente, esta conclusão preliminar está a ter um efeito
devastador nos princípios democráticos americanos e na herança das convenções
de Filadélfia de 1776 e de 1787. Era impensável que isto acontecesse. Porém, Donald Trump já veio
declarar que “o seis de Janeiro não foi apenas um protesto, pois foi um dos
maiores movimentos da História do nosso país para tornar a America great again”.
Os Estados Unidos
já têm muitos problemas e bem podiam evitar esta indesejável perturbação da sua
Democracia, que tanto inspira muitas outras democracias por este mundo. America is watching escreve o Daily News, mas nós também observamos com preocupação estes sinais de instabilidade política no mais poderoso país do mundo.
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