sábado, 11 de junho de 2022

O golpe de Trump e o assalto ao Capitólio

Nas eleições presidenciais americanas realizadas no dia 3 de Novembro de 2020, o candidato Joe Biden conseguiu eleger 306 delegados para o Colégio Eleitoral, enquanto o então presidente Donald Trump só conseguiu 232 delegados. No contexto de todo o território americano, Biden recolheu 51,4% dos 155 milhões de votos e Trump ficou-se pelos 46,9%. Porém, Donald Trump não aceitou o resultado eleitoral e afirmou terem sido contados votos fraudulentos, mas a recontagem dos votos não revelou quaisquer irregularidades substantivas. Vieram dezenas de processos judiciais a impugnar os resultados, mas Trump perdeu-os todos. Depois repetiu exaustivamente a acusação de fraude eleitoral e procurou impedir a vitória de Joe Biden, mas em meados de Dezembro o Colégio Eleitoral confirmou-a. Até que chegou o dia 6 de Janeiro de 2021, em que o Congresso dos Estados Unidos ratificou oficialmente a vitória de Biden, ao mesmo tempo que Donald Trump e os seus apoiantes se concentravam em Washington, provocavam tumultos e decidiam invadir o Capitólio, a casa da democracia americana, onde reúnem o Senado e a Câmara dos Representantes. Houve falhas de segurança e com muita violência os invasores destruíram o que encontraram e ameaçaram quem encontraram. Houve cinco mortos e dezenas de feridos.
Agora, uma comissão parlamentar de inquérito que está a investigar o papel de Trump nesse assalto ao Capitólio, veio revelar que não foi um momento espontâneo, mas um attempted coup, isto é, uma tentativa de golpe de estado. Naturalmente, esta conclusão preliminar está a ter um efeito devastador nos princípios democráticos americanos e na herança das convenções de Filadélfia de 1776 e de 1787. Era impensável que isto acontecesse. Porém, Donald Trump já veio declarar que “o seis de Janeiro não foi apenas um protesto, pois foi um dos maiores movimentos da História do nosso país para tornar a America great again”.
Os Estados Unidos já têm muitos problemas e bem podiam evitar esta indesejável perturbação da sua Democracia, que tanto inspira muitas outras democracias por este mundo. America is watching escreve o Daily News, mas nós também observamos com preocupação estes sinais de instabilidade política no mais poderoso país do mundo.

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