Com 87 anos de
idade faleceu em Londres a pintora Paula Rego que, juntamente com Maria Helena
Vieira da Silva, que como ela também nasceu em Lisboa, são as mais apreciadas
artistas portuguesas a nível internacional.
Incentivada pelo
seu pai que a queria ver longe do regime salazarista, entre 1952 e 1956 estudou
na Slade School of Fine Art da University College London (UCL), onde
desenvolveu os seus talentos na pintura e nas artes visuais, tornando-se um
nome de referência no movimento estético modernista. Entre 1957 e 1970 viveu na
Ericeira e foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, mas o apreço pelo seu
trabalho não a entusiasmou, pelo que regressou a Londres com o marido e os seus
três filhos. A partir de 1975 a sua produção passou a inspirar-se no universo
literário dos contos populares portugueses e, como acontece com os artistas de
eleição, passou por outros ciclos e outras inspirações zoomórficas e
fantasistas. Em meados dos anos 1980 teve o reconhecimento da crítica e as
grandes galerias internacionais abriram-lhe as portas, enquanto de Portugal
veio o convite para expor na Fundação Gulbenkian e na Fundação de Serralves,
bem como uma proposta da Câmara Municipal de Cascais para reunir em Cascais uma
parte da sua obra, assim nascendo a Casa das Histórias de Paula Rego, que foi
inaugurada em 2009. As homenagens que muitas universidades lhe fizeram ao
conferirem-lhe doutoramentos honoris
causa e as condecorações que lhe foram atribuídas, nomeadamente pela Rainha
Isabel II e por dois presidentes da República Portuguesa, constituem distinções
muito raras no panorama artístico português, onde o reconhecimento
internacional é uma barreira quase inultrapassável. Não sou crítico de arte mas
apenas um apreciador e, por isso, sempre que possível vi a obra de Paula Rego
em Lisboa, no Porto e em Cascais.
A morte de Paula Rego originou que fosse
decretado luto nacional em Portugal e a notícia da sua morte foi destacada na
primeira página do jornal londrino The Guardian.
Bom, sem qualquer ironia, sou um zero no munda da arte (ainda por cima à esquerda)!
ResponderEliminar