sexta-feira, 6 de outubro de 2017

O novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa

No quadro da globalização e, em especial, da abertura económica que hoje caracteriza a União Europeia, as cidades competem para valorizar a sua base económica e para atrair actividades e recursos. O caso da Agência Europeia do Medicamento que vai sair de Londres e para a qual se candidataram 19 cidades para a acomodar no futuro, mostra como é dura a luta das cidades para atrair organizações, actividades, eventos, congressos, investimentos e tudo o que possa gerar rendimentos, criar empregos, aumentar a notoriedade, valorizar a sua imagem e atrair visitantes.
Portugal e em particular a sua capital não têm descurado esta nova filosofia. Apesar de ser um país e periférico e de muitas vezes não poder competir com os seus parceiros economicamente mais fortes, Portugal tem desenvolvido um significativo esforço no sentido de se modernizar e de atrair grandes eventos internacionais. Assim aconteceu com a Expo 98, com o Euro 2004 e com a Web Summit 2016, mas também com o Rock in Rio que é um dos maiores festivais de música do mundo e que desde 2004 se tem realizado em Lisboa ou com a Volvo Ocean Race, a volta ao mundo à vela que desde 2012 escala o porto de Lisboa. A cidade de Lisboa tem sido a cidade portuguesa mais beneficiada com estes eventos, tendo aproveitado a sua relação íntima com o rio Tejo para se afirmar, daí resultando que tenha sido contemplada com a construção de novas infraestruturas que vêm harmonizando essa relação, muito importante para o turismo e para a economia do mar.
Depois da construção do Centro de Investigação para o Desconhecido da Fundação Champalimaud, um projeto de autoria do arquitecto goês Charles Correa que foi inaugurado em 2010 e do MAAT – Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia que foi concebido pela arquitecta britânica Amanda Levete, inaugurado em 2016, está em vias de ser inaugurado o novo Terminal de Cruzeiros de Santa Apolónia, uma obra da autoria do arquitecto Carrilho da Graça.
Hoje o jornal Público publicou uma entrevista com o autor da obra e, por acaso, havia hoje 4 grandes navios de cruzeiro atracados nos cais adjacentes ao novo Terminal, a mostrar que o turismo de massa está em Lisboa.

A Catalunha terá de esperar mais tempo

A edição que hoje foi posta a circular da revista The Economist destaca como tema principal a situação na Catalunha e afirma que “quem fizer a declaração de independência será responsável pelo enorme dano que se fará à Catalunha e aos catalães, à Espanha e aos espanhóis e à Europa e aos europeus”.
Carles Puigdemont tem ameaçado que fará brevemente a DUI (Declaración Unilateral de Independencia), mas os seus entusiasmados apoiantes parece que se estão lentamente a desmobilizar. Ao fim de alguns dias de verdadeira insurreição patrocinada pelo governo catalão, o balanço começa a ser muito desfavorável para os independentistas, pois não conseguiram reconhecimento internacional e começam a assistir aos primeiros sinais de uma crise económica e financeira que se aproxima e que será muito dura para a população.
O referendo do dia 1 de Outubro foi uma farsa em que cada um votou como quis, as vezes que quis e nos locais que quis. As cargas policiais que vimos foram sobretudo respostas a provocações e não foram diferentes das que acontecem para resolver problemas com claques do futebol. Ninguém viu um único dos mais de oito centenas de feridos que foram anunciados e que, por serem desproporcionados, não foram levados a sério.
Os dirigentes independentistas já estão derrotados pela sua própria estratégia que não serviu a sua causa, eventualmente justa, mas que requeria uma abordagem menos emocionada e mais racional, menos de rua e mais de negociação. A generalizada desobediência e a quase insurreição popular que foi patrocinada pelos independentistas não agradou aos seus possíveis aliados europeus que têm as suas próprias catalunhas e não querem abrir nenhuma caixa de Pandora, num tempo em que há outros problemas para resolver. Carles Puigdemont e Oriol Junqueras já perderam esta batalha. Parece-me que a independência da Catalunha vai ter de esperar.