A edição que hoje
foi posta a circular da revista The Economist destaca como tema
principal a situação na Catalunha e afirma que “quem fizer a declaração de independência será responsável pelo enorme dano que se fará à
Catalunha e aos catalães, à Espanha e aos espanhóis e à Europa e aos europeus”.
Carles Puigdemont tem ameaçado que fará brevemente
a DUI (Declaración Unilateral de Independencia), mas os seus entusiasmados
apoiantes parece que se estão lentamente a desmobilizar. Ao fim de alguns dias
de verdadeira insurreição patrocinada pelo governo catalão, o balanço começa a
ser muito desfavorável para os independentistas, pois não conseguiram
reconhecimento internacional e começam a assistir aos primeiros sinais de uma
crise económica e financeira que se aproxima e que será muito dura para a
população.
O referendo do dia 1 de Outubro foi uma farsa em
que cada um votou como quis, as vezes que quis e nos locais que quis. As cargas
policiais que vimos foram sobretudo respostas a provocações e não foram
diferentes das que acontecem para resolver problemas com claques do futebol.
Ninguém viu um único dos mais de oito centenas de feridos que foram anunciados
e que, por serem desproporcionados, não foram levados a sério.
Os dirigentes independentistas já estão derrotados pela
sua própria estratégia que não serviu a sua causa, eventualmente justa, mas que
requeria uma abordagem menos emocionada e mais racional, menos de rua e mais de
negociação. A generalizada desobediência e a quase insurreição popular que foi
patrocinada pelos independentistas não agradou aos seus possíveis aliados europeus
que têm as suas próprias catalunhas e não querem abrir nenhuma caixa de
Pandora, num tempo em que há outros problemas para resolver. Carles Puigdemont
e Oriol Junqueras já perderam esta batalha. Parece-me que a independência da Catalunha vai
ter de esperar.
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