Completaram-se
hoje 107 anos sobre a data em que foi proclamada a República em Portugal, em
consequência de uma revolução organizada pelo Partido Republicano, em que
participaram a Carbonária, uma organização clandestina e republicana, cerca de dois mil soldados e marinheiros e muitos populares armados. A monarquia
constitucional portuguesa passava por grandes dificuldades e tinha perdido credibilidade e a confiança do povo, pelo menos desde os
tempos do mapa cor-de-rosa e do ultimato inglês, que se agravava em cada dia com
a instabilidade política e social em que o país vivia e com o crescente
acolhimento dos ideais republicanos. O regicídio de 1908 foi o ponto alto do
ataque à Monarquia e dois anos depois as forças da Rotunda triunfaram sobre as forças
monárquicas e o novo regime foi proclamado da varanda dos Paços do Concelho de
Lisboa.
A República
afirmou-se como um regime de base popular e com um programa de modernização que
parecia capaz de devolver aos portugueses o prestígio internacional abalado e
de dinamizar a economia e a sociedade. Os principais símbolos nacionais como a
bandeira, o hino e a moeda foram mudados e a toponímia urbana rapidamente
introduziu os nomes de República, Almirante Reis e Miguel Bombarda.
O imaginário
popular adoptou a República e um dos mais populares cartazes que então se
produziram ainda hoje podem ser vistos em alguns velhos estabelecimentos.
O dia 5 de
Outubro passou a ser um dia de grande festa nacional, sempre com grande
participação popular, até que esse dia feriado nacional foi suprimido em 2013
por um governo sem perspectiva histórica, assim ficando até 2015 em nome de um
aumento da produtividade da economia nacional.
Em 2016, e em boa
hora, o feriado do 5 de Outubro foi restabelecido e é esse dia de festa a que
me associo hoje com um "Viva a República".
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