Ontem em Paris, pelas
11 horas da manhã, dois indivíduos encapuzados e fortemente armados assaltaram
a redacção da revista satírica Charlie
Hebdo e, com enorme frieza e crueldade, dispararam sobre jornalistas e
polícias, provocando 12 mortes.
Eu conhecia
vagamente o Charlie Hebdo e não sou
grande apreciador do cartoon, mas
sabia que a revista tinha sido ameaçada por ter publicado caricaturas de Maomé.
A barbaridade deste acto terrorista impressionou-me. O que aconteceu naquela redacção não foi apenas um ataque brutal contra pessoas indefesas e contra um jornal, o jornalismo e a liberdade de expressão, mas foi também um ataque contra o modelo de sociedade aberta, tolerante e plural em que temos vivido. O que se passou em Paris tem pouco a ver com a religião muçulmana, embora tenha uma relação íntima com a violência que se instalou na Síria, no Iraque e na Líbia.
Foi uma manifestação do ódio e da violência que já ameaçam a Europa e o mundo.
A barbaridade deste acto terrorista impressionou-me. O que aconteceu naquela redacção não foi apenas um ataque brutal contra pessoas indefesas e contra um jornal, o jornalismo e a liberdade de expressão, mas foi também um ataque contra o modelo de sociedade aberta, tolerante e plural em que temos vivido. O que se passou em Paris tem pouco a ver com a religião muçulmana, embora tenha uma relação íntima com a violência que se instalou na Síria, no Iraque e na Líbia.
Foi uma manifestação do ódio e da violência que já ameaçam a Europa e o mundo.
O choque que este
acto criminoso provocou foi enorme em França e no estrangeiro, daí tendo
resultado a solidariedade expressa por diversas formas por jornalistas e por
jornais, rádios e televisões. Um pouco por todo mundo, muitos milhares de pessoas solidarizaram-se com as pessoas assassinadas e exibiram cartazes com a frase
“Je suis Charlie”, enquanto as primeiras páginas dos grandes jornais internacionais evocaram a memória dos mártires. Porém, o ataque ao Charlie Hebdo não é apenas um acto de terrorismo e uma ameaça ao jornalismo, pois constituiu
também um ataque a um dos princípios mais importantes das nossas sociedades: a
liberdade de pensamento e de expressão. Além disso, a partir de ontem tornámo-nos menos livres e mais inseguros nos nossos quotidianos, cada vez mais ameaçados pela brutalidade e pela intolerância de alguns fanatismos.
O diário Le
Parisien destaca em título “ils ne tueront pas la liberté” e, apesar de tudo, essa deve
ser a lição a tirar destes trágicos acontecimentos que não deixarão de marcar o nosso futuro próximo.