domingo, 31 de maio de 2020

A América em protesto contra a violência

As cidades americanas estão a ser varridas por uma onda de raiva e de angústia, segundo anuncia a edição de hoje do The Washington Post, na sequência da brutalidade de um polícia da cidade de Minneapolis, no estado do Minnesota, que asfixiou até à morte, com o joelho sobre o seu pescoço, um indivíduo que afinal se verificou depois ser inocente. Esse homem chamava-se George Floyd e as televisões têm mostrado as imagens da brutalidade do agente policial que o matou, enquanto aquela cidade e o mundo se mostram indignados.
A revolta em Minneapolis deu origem a grandes distúrbios, com lojas e automóveis incendiados e destruição de mobiliário urbano, pelo que foi decretado o recolher obrigatório, a que a maioria da população não obedeceu. Entretanto, pelos contornos racistas do assassinato de George Floyd, a onda de protesto e de indignação contra a violência e o racismo alargou-se a outras cidades americanas.
De vez em quando explodem as tensões sociais acumuladas nos países ou nas cidades onde predomina a desigualdade, quer seja perante a cidadania, quer perante o nível de rendimentos. As minorias étnicas e os mais pobres são sempre os grupos que mais sofrem e sobre os quais mais actua a violência policial mas, de vez em quando, a população reage quando aparece um qualquer facto detonador, como agora está a acontecer em Minneapolis, num tempo de incerteza, angústia e de muito desemprego.
O presidente dos Estados Unidos apareceu ontem a pedir mão pesada contra os manifestantes de Minneapolis, que classificou como “esquerda radical”, oferecendo-se para mandar o exército para reprimir os protestos contra a morte de George Floyd e contra a violência policial. É caso para dizer que o Donald não percebe nada do que anda a fazer.