As cidades
americanas estão a ser varridas por uma onda de raiva e de angústia, segundo
anuncia a edição de hoje do The Washington Post, na sequência da
brutalidade de um polícia da cidade de Minneapolis, no estado do Minnesota, que
asfixiou até à morte, com o joelho sobre o seu pescoço, um indivíduo que afinal
se verificou depois ser inocente. Esse homem chamava-se George Floyd e as televisões
têm mostrado as imagens da brutalidade do agente policial que o matou, enquanto
aquela cidade e o mundo se mostram indignados.
A revolta em
Minneapolis deu origem a grandes distúrbios, com lojas e automóveis incendiados
e destruição de mobiliário urbano, pelo que foi decretado o recolher
obrigatório, a que a maioria da população não obedeceu. Entretanto, pelos contornos
racistas do assassinato de George Floyd, a onda de protesto e de indignação contra
a violência e o racismo alargou-se a outras cidades americanas.
De vez em quando
explodem as tensões sociais acumuladas nos países ou nas cidades onde predomina
a desigualdade, quer seja perante a cidadania, quer perante o nível de
rendimentos. As minorias étnicas e os mais pobres são sempre os grupos que mais
sofrem e sobre os quais mais actua a violência policial mas, de vez em quando,
a população reage quando aparece um qualquer facto detonador, como agora está a acontecer em Minneapolis, num tempo de incerteza, angústia e de muito desemprego.
O presidente dos
Estados Unidos apareceu ontem a pedir mão pesada contra os manifestantes de
Minneapolis, que classificou como “esquerda radical”, oferecendo-se para mandar
o exército para reprimir os protestos contra a morte de George Floyd e contra a
violência policial. É caso para dizer que o Donald não percebe nada do que anda
a fazer.
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