quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Na política americana também há tensão


O Congresso dos Estados Unidos reuniu ontem em Washington as suas duas Câmaras – o Senado e a Câmara dos Representantes - pois era o dia do discurso do presidente sobre o Estado da União e, segundo as notícias veiculadas pela imprensa, a cerimónia começou mal. 
Quando Donald Trump chegou ao local onde iria ler o seu discurso, quebrou o protocolo ao cumprimentar apenas o vice-presidente Mike Pence e ao ignorar a democrata Nancy Pelosi, a presidente da Câmara dos Representantes, que lhe tinha estendido a mão. Depois, Trump leu o seu discurso no qual fez o seu próprio elogio e em que disse que os Estados Unidos estavam agora mais fortes do que nunca e que a sua Administração teve um grande sucesso económico ao reverter as políticas do anterior governo de Barack Obama e ao acabar com a mentalidade de declínio dos Estados Unidos. O tom comicieiro esteve presente em todo o discurso, pois foi um pretexto para o lançamento da sua corrida presidencial, pelo que foi muitas vezes aplaudido pelas bancadas republicanas com gritos de “mais quatro anos”.
Acontece que o pior estava para vir, pois Nancy Pelosi é a responsável pela abertura do processo de impeachment que está a decorrer contra Trump e daí a tensão que esteve sempre presente naquela sala. Por tudo isso, Nancy Pelosi respondeu a Donald Trump no fim, pois enquanto o presidente era aplaudido, ela levantou-se e, diante de todos e em directo pela televisão, rasgou o que seria uma cópia do discurso. De uma forma geral, a imprensa condena Pelosi, provavelmente porque não viu ou não quis ver a falta de educação democrática de Trump ao deixar a presidente da Câmara dos Representantes de mão estendida.