quinta-feira, 12 de maio de 2022

Luxemburgo/Portugal:relação excepcional

Os Grão-Duques do Luxemburgo estão desde ontem em visita oficial a Portugal, tendo sido cumpridas as formalidades protocolares que são devidas aos Chefes de Estado estrangeiros, incluindo honras militares, a que se seguiu um encontro no Palácio de Belém, onde o Presidente da República afirmou que Portugal e o Luxemburgo estão “totalmente de acordo” na União Europeia e na NATO, com “os mesmos pontos de vista” sobre a situação que se vive na Europa. Nessa oportunidade, fez bem em agradecer a forma como o Luxemburgo tem acolhido e integrado a comunidade portuguesa naquele país, que actualmente tem cerca de 90 mil cidadãos, que representam cerca de 15% da população do Grão-Ducado.
Marcelo Rebelo de Sousa já fizera uma visita oficial ao Luxemburgo em 2017 e os Grão-Duques já tinham visitado Portugal em 2010.
O Grão-Duque Henrique, segundo relata a edição de hoje do jornal Le Quotidien, referiu que existe uma regra luxemburguesa que interdita uma segunda visita de Estado ao mesmo país, mas que “a relação excepcional com Portugal” justifica esta sua segunda visita. Depois, ainda de acordo com o jornal luxemburguês, “de manière sincére”, o grão-Duque saudou “l’apport inouï de la population portugaise à la construction du Luxembourg”. O Presidente da República acompanhou os visitantes num passeio de carro eléctrico por alguns bairros históricos da cidade de Lisboa, que terminou no Miradouro das Portas do Sol, no bairro de Alfama, tendo à noite oferecido um jantar no Palácio Nacional da Ajuda, em honra dos visitantes luxemburgueses.
Curiosamente, a imprensa portuguesa esqueceu completamente a visita oficial dos Grão-Duques do Luxemburgo, porque nisso de visitas oficiais só lhe interessam as que faz Marcelo Rebelo de Sousa ao estrangeiro e que os leva na sua comitiva a bordo do Falcon, evidentemente à custa do pobre do contribuinte.

Finalmente, aproxima-se a hora do Carlos.

A rainha Isabel II tem 96 anos de idade e os seus médicos aconselharam-na a que não estivesse presente na tradicional cerimónia da abertura do Parlamento, devido aos seus “problemas episódicos de mobilidade”. Tendo iniciado o seu reinado em 1952, depois da morte de seu pai o rei Jorge VI, a rainha já leva 70 anos no trono britânico como rainha do Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, além de mais de uma dezena de pequenos estados, como a Jamaica, Bahamas, Granada, Papua-Nova Guiné, ilhas Salomão e outros. É a monarca britânica com mais tempo no trono, superando a longevidade da rainha Victoria, que durante 63 anos foi a rainha do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda, mas também Imperatriz da Índia.
A rainha Isabel II tinha-se casado em 1947 com Filipe da Grécia e Dinamarca e tem quatro filhos, oito netos e doze bisnetos. O seu sucessor será Carlos, o seu filho mais velho, que é também o Príncipe de Gales e que, tendo nascido em 1948, tem agora 73 anos.
No passado dia 10 realizou-se a tradicional cerimónia de abertura do Parlamento e pela terceira vez no seu longo reinado a rainha não esteve presente, depois de também ter estado ausente em 1959 e 1963, por então estar grávida.
Pela primeira vez, o príncipe Carlos presidiu e discursou nesta cerimónia, tendo-se sentado ao lado da cadeira da rainha, ocupada pela Coroa Imperial, que só é usada nas cerimónias da coroação do monarca do Reino Unido e da abertura do Parlamento. A Coroa Imperial é uma das joias da Monarquia Britânica e pesa 1,060 quilogramas, tendo quatro diademas e 2.868 diamantes, 273 pérolas, 17 safiras, 11 esmeraldas e 5 rubis.
Por maior que seja o respeito por Her Majesty, a sua Mãe, o príncipe Carlos deve ter pensado “finalmente “ ou “o que eu andei para aqui chegar”. Certamente que este tipo de tradições desperta algum interesse, inclusive naqueles que não sendo monárquicos, nem apreciam a figura casmurra do príncipe herdeiro do Reino Unido. Porém, pelas leis da vida, aproxima-se finalmente a hora do Carlos.