domingo, 12 de agosto de 2012

A descoberta de Marte e o "nosso" futuro

No passado dia 6 de Agosto, às 05 horas e 31 minutos TMG, o robot Curiosity aterrou na superfície de Marte, num local situado apenas a 2,4 quilómetros do local previamente estudado, depois de uma viagem de mais de 560 milhões de quilómetros, tendo começado imediatamente a enviar imagens para a Terra. A revista TIME seleccionou o tema e informa-nos sobre “o que podemos aprender com um robot a 154 milhões de milhas de distância”.
O Curiosity é uma sonda-laboratório concebida pela NASA que foi transportada na sonda espacial Mars Science Laboratory (MSL), tendo sido lançada de Cabo Canaveral no dia 26 de Novembro de 2011, por meio de um foguetão espacial Atlas V. Transporta instrumentos científicos especialmente concebidos para esta missão que nunca antes tinham sido utilizados nas anteriores missões a Marte e que, em certa medida, resultam da cooperação científica internacional. A sua principal missão é a investigação sobre a possibilidade da existência passada ou actual de vida microbiana em Marte, o estudo do clima e da geologia do “planeta vermelho” e a recolha de dados para servirem de base a uma futura missão tripulada, o que se espera possa acontecer dentro de dez anos, se houver dinheiro para isso.
A especulação jornalística e a curiosidade científica misturam-se e sugerem que estamos no campo da ficção científica, mas para muita gente a missão do Curiosity pode representar o início da colonização de Marte. Existe a ideia de “terraformar” o planeta Marte, isto é, transformá-lo numa segunda Terra, através da “criação” de uma atmosfera respirável, com rios, mares e florestas e, dessa forma, duplicar a superfície de que a humanidade poderá dispor no sistema solar. Dizem que tal operação é o mais audacioso projeto de “engenharia civil” jamais concebido pela mente humana, mas para a nossa geração tudo isso não passa de ficção científica. Nem Júlio Verne foi tão longe.

"La vuelta al mundo de Pascual Sala"

Quando nas suas edições de hoje todos os jornais espanhóis celebram os êxitos dos seus atletas em Londres, festejam as 17 medalhas olímpicas já conquistadas e se concentram na grande final de basquetebol contra os Estados Unidos, o diário madrileno ABC escolhe um outro tema para a sua primeira página e titula: La vuelta al mundo de Pascual Sala. É uma pedrada no charco! É a denúncia dos que abusam dos dinheiros públicos em tempo de crise.
Pascual Sala Sánchez, de 77 anos de idade, é o presidente do Tribunal Constitucional de Espanha desde Janeiro de 2011 e, nesse mesmo ano de 2011, devido a compromisos internacionales, realizou viagens por seis países da América Latina e da Europa, que totalizaram 46 mil quilómetros. Estas despesas foram custeadas pela rubrica “despesas correntes de bens e serviços” do orçamento do Tribunal Constitucional, que teve uma dotação de 6.9 milhões de euros. Muito dinheiro. O jornal ABC informa que insistiu com a instituição para saber o custo exacto das viagens de Pascual Sala, mas que esses elementos não lhe foram facultados. A blogosfera espanhola reagiu a esta notícia e, sem qualquer hesitação, denunciou este caso como um exemplo da grande corrupção que tem a cumplicidade da imprensa que, geralmente, a encobre e silencia.
Esta notícia que hoje nos chega de Espanha é realmente muito curiosa, porque até parece indicar que a diferença entre os países ibéricos não está nos comportamentos, que serão muito parecidos, mas que está… nos jornais. Enquanto uns denunciam e informam, outros calam-se e esquecem o seu dever de informar, relatar e comentar. Aqui no rectângulo, mesmo em tempo de crise, também temos muita gente que gosta de viajar para satisfazer compromisos internacionales e outros, sem que os jornais denunciem as situações de abuso e de despesismo. São os nossos pascuais salas, que viajam, viajam, viajam. Era bom que soubéssemos para que servem essas viagens e quanto nos custam, a começar naturalmente pelas viagens constantes desse frequent flyer que é o licenciado portas. A bem da Nação!